Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

coruche à mão

preservar memória / criar valor

coruche à mão

preservar memória / criar valor

TINTAS - CERÂMICA, MADEIRA, TÊXTIL, PORCELANA, AZULEJO

Azulejo

Azulejo é a palavra portuguesa que designa uma placa cerâmica quadrada com uma das faces decorada e vidrada. A sua utilização é comum a outros países como Espanha, Itália, Marrocos, etc., mas Portugal assume importância no contexto universal da criação artística.

O azulejo é um elemento identificativo da cultura portuguesa, considerando que a azulejaria é desenvolvida em Portugal há cinco séculos; a sua aplicabilidade como elemento que estrutura as arquiteturas, através de grandes revestimentos nas fachadas dos edifícios e no seu interior e pelo modo como tem sido entendido, não só como arte decorativa mas como suporte de renovação do gosto e de registo do imaginário.

As primeiras utilizações remontam ao século XVI (influência hispano-mourisca). Ao longo dos séculos vários momentos importantes e influências aconteceram (ex: Rococó, Neoclassicismo, etc.) até hoje. A expo´98 permitiu verificar a atual pertinência do uso do azulejo, onde o edifício do Oceanário é um bom exemplo.

 

A propósito de azulejos e daqueles que no percurso de vida tiverem ou têm relação com estes elementos artísticos em Coruche, o primeiro destaque recai sobre o mestre Esteves / Relvas.

José David Esteves nasceu em Lisboa, em 1927, iniciou com 17 anos de idade o seu percurso, na Fábrica Viúva Lamego, como modelador de cerâmica. Durante 17 anos contactou de muito perto com grandes figuras das artes plásticas, como Querubim Lapa, Leopoldo Almeida, Almada Negreiros, Manuel Cargaleiro, Jorge Barradas, Estrela Faria, entre outros. Em 1961 rumou a Lourenço Marques – Moçambique. Muito embora nessa fase a sua atividade principal não fosse associada às artes, manteve o interesse, o que o levou a colaborar, mais tarde, com a escultora alemã Ula Hanzel e também com Querubim Lapa nos painéis de entrada do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. Regressou a Portugal em 1977, mas só um ano mais tarde voltou às artes plásticas, ao se envolver no projeto Cerâmica Artista ML Valente, Lda. Três anos mais tarde fixou residência em Coruche, aliciado pelo projeto Cerâmica Artística e, em 1981, inicia funções na Câmara Municipal de Coruche, primeiramente como desenhador. Todavia, foi nas artes plásticas que veio a centrar posteriormente toda a sua atividade. São inúmeros os trabalhos que realizou no concelho de Coruche, sendo que muitos deles podem ainda ser apreciados, tais como os painéis de azulejos do Pavilhão Municipal, das creches da Azervadinha e da Quinta do Lago, do lar de idosos da Lamarosa, as placas toponímicas da vila, o busto da República existente nos Paços do Concelho, entre muitos outros. No ano de 2002 foi-lhe atribuído um espaço de atelier no Museu Municipal de Coruche, onde  desenvolveu trabalhos diversos. O modelador/ceramista Relvas, como sempre assinou todos os seus trabalhos e por cujo nome ficou conhecido, faleceu em 2005.


Fontes:

Catálogo da exposição temporária “Coisas da Idade”, patente no Museu Municipal de Coruche de 31 de maio a 13 de julho de 2003.

Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014.

 

20091227 José David Esteves HR (2).jpg

Relvas

Designação: Mural

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 1,98m, comp. 4.30m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

DSC03988.jpg

Relvas

Título: Fumeiro

Designação: Painel

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 0,45m, comp. 0,45m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

DSC04067.jpg

 Relvas

Designação: Placa toponímica

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 0,45m, comp. 0,45m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

DSC04128 (1).jpg

 Relvas

Designação: Placa toponímica

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 0,35m, comp. 0,45m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

Revisão: Ana Paiva