Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

coruche à mão

preservar memória / criar valor

coruche à mão

preservar memória / criar valor

FIGURADO E OUTROS

FIGURADO EM MADEIRA

Mais um post sobre figurado, no caso são peças cuja matéria prima é a madeira,  de criação absolutamente naife. O artesão que produziu o figurado aqui reportado já faleceu, contudo grande parte das peças fazem parte de  um espólio particular, as quais encontram-se muito bem conservadas e, podem ser observadas num atelier em travª dos Guerreiros - Coruche.

Esquiço biográfico:

José Luís Rouxinol nasceu em 1921, em Coruche.

Começou muito novo a trabalhar,  a sua primeira atividade profissional  esteve associada às florestas, nomeadamente com o sobreiro. Nos períodos de descanso executava pequenas peças que reproduziam a sua realidade rural, mas arriscava a produzir outro tipo de peças, por exemplo tapetes de cortiça.

Reformou-se quando tinha sessenta e dois anos de idade.

Deixou de ter acesso fácil à cortiça, mas como tinha de adquirir lenha para aquecimento da casa, no período de inverno, decidiu fazer peças em madeira de pinho, eram bonecos que representavam mulheres e homens em diversas atividades.

O acabamento das peças eram feito com tintas de esmalte.

in: Fatela, Paulo – Mãos com Alma: artes e ofícios tradicionais em Coruche, Associação para a Promoção Rural da Charneca Ribatejana, 2014, pág 24, 25

Foto-01.jpg

Foto-02.jpg

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

 

CORTIÇA - FIGURADO, PEÇAS ÚTEIS

Neste post referêncio um bom homem, humilde e gentil. O Sr. Dinis é um artesão de mão cheia, com os seus 78 anos de idade continua a produzir peças e,  a orgulhar-se do que faz.

 

Esquiço biográfico: 

Dinis Emídio Azevedo, nasceu no ano de 1943, em Coruche.

Começou a produzir artesanato há cerca de 40 anos.

Na vida profissional ativa dedicava-se ao trabalho do campo, nos momentos de descanso, nomeadamente no período do almoço, entretinha-se com o canivete a alterar as formas de materiais oferecidos pela natureza,  raízes de árvores ou arbustos e cortiça.

Numa primeira fase reproduzia animais, cobras, lagartos, a uma pequena escala. Com cortiça procurava executar peças úteis, nomeadamente cochos (peças que funcionavam como recipiente para líquidos).

As peças eram muito apreciadas pelos colegas de trabalho, pelo que dessa forma sentia-se estimulado em fazer mais e melhor.

Reformado da sua atividade profissional ocupa o tempo a cuidar de alguns espaços florestais, sua propriedade, contudo continua a produzir peças artesanais. Há alguns anos a esta parte colocou a fasquia mais elevada, não só realiza peças associadas à fauna mas, também, à realidade agrícola de Coruche, ao seu património  e outros.

Algumas peças reportam momentos / atividades que outrora foram muito importantes no meio rural e social, como por exemplo a matança do porco.

A regra do sr. Dinis é de colecionar as diversas peças, excecionalmente oferece a amigos, nunca comercializou.

Reservou uma sala em sua casa, na localidade de Azerveira / São José da Lamarosa, para expor todas as peças que foi juntando ao longo do tempo. 

A  atividade artesanal de Dinis Azevedo está mencionada no livro Mãos com Alma, numa rúbrica de artesanato do extinto Jornal de Coruche e, participou pontualmente em eventos da Câmara Municipal de Coruche.

43551120_150599189225079_2765682471579156480_n.jpg

43557429_172183377039131_4016127582373150720_n.jpg

43466822_751364368534352_1528102484348764160_n.jpg

43510926_490627551456886_4022006048276611072_n.jpg

43502965_556697034768241_7808047198901370880_n.jpg

 Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

Trata-se de artesanato tradicional genuíno, remete-nos para uma narrativa ingénua, naïf, muito própria da segunda metade do século XX. 

O sr. Dinis tem cerca de 100 peças, as quais deveriam ser registadas e mostradas às novas gerações … 

 

FIGURADO E OUTROS

Este post visa reportar alguns artesão que desenvolveram e/ou desenvolvem figurado com os mais diversos materiais.

 

Joaquim David Ferreira (Joaquim Ferreira)

Joaquim Ferreira nasceu em 1925, em Coruche.

As miniaturas que executou surgiram entre finais dos anos 80 e meados dos anos 90. Joaquim foi trabalhador rural durante a vida ativa. Quando se reformou, no final dos anos 80 dedicou-se à produção de miniaturas. Os materiais eram em madeira e cortiça; Custódia (esposa) apanhava na estrada essas matérias primas. As miniaturas foram totalmente construídas por Joaquim sendo que Custódia apenas ajudava em algumas pinturas que exigiam maior promenor. O autor ter-se-á inspirado nas suas vivências com especial incidência no seu trabalho, da habitação, da comensalidade e do lazer; cenas de carácter tauromáquico; aspetos da fauna. Não trabalhava sob encomenda, nem as raras vendas destas miniaturas se traduziam num complemento à reforma; fazia-as para passar o tempo. Ainda participou numa exposição na Praça da Liberdade, em Coruche, e, por diversas vezes, as exibiu à porta do Mercado Municipal.

Algumas peças de Joaquim fazem parte do acervo do Museu Municipal de Coruche.

Fonte: Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014, pàg 21

IMG_4997.JPG

 Autor: Joaquim Ferreira

Material: Madeira e cortiça

Dmensão: alt 0.20m, larg: 0.19m

Créditos fotográficos: Carlos Silva

IMG_4978.JPG

Autor: Joaquim Ferreira

Material: Madeira e cortiça

Dimensão: alt 0.22m, larg: 0.18m

Créditos fotográficos: Carlos Silva

IMG_4995.JPG

Autor: Joaquim Ferreira

Material: Madeira e cortiça

Dimensão: alt 0.20m, larg: 0.20m

Créditos fotográficos: Carlos Silva