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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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TINTAS - CERÂMICA, MADEIRA, TÊXTIL, PORCELANA, AZULEJOS

Azulejos

Em matéria de azulejos registo em Coruche alguns artistas. O primeiro referido neste forum, foi o mestre José David Esteves (Relvas), hoje publico neste post  Márcia Branca.

 

"Márcia Jacob Branco, nasceu em 1981, em Marvila, ainda que tenha vivido sempre em Coruche.

Aos quinze anos de idade foi estudar para a escola Dr. Ginestral Machado, em Santarém, de forma a frequentar o Curso Geral de Artes.

Márcia tornou-se professora do ensino básico com a variante de  educação visual e tecnologica, por opção, sendo que a sua grande vontadade era mesmo arquitetura.

Considerando alguma sensibilidade e experiências que teve conjuntamente com colegas, as quais se relacionavam com pintura de azulejo e a utilização de vários materiais, foi fazendo peças.

O seu objetivo é o de inovar em matéria de azulejaria, juntar ao azulejo arames, rendas, vidros, etc, sair do tradicional, embora também goste de pintura dita classica.

Associou-se à CORART - associação de artesanato de Coruche, sendo que foi aí que mostrou as suas produções pela primeira vez.

Colaborou nalguns projetos da Associação, noemadamente em ateliers em 2005, ou seja, ensinou pintura de azulejos, técnica de guardanapo e vitral, nos denominados "Ateliers de Verão" direcionados para crianças."

Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014, pág. 28.

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IMG_0277.JPG Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

 

TINTAS - CERÂMICA, MADEIRA, TÊXTIL, PORCELANA, AZULEJO

Azulejo

Azulejo é a palavra portuguesa que designa uma placa cerâmica quadrada com uma das faces decorada e vidrada. A sua utilização é comum a outros países como Espanha, Itália, Marrocos, etc., mas Portugal assume importância no contexto universal da criação artística.

O azulejo é um elemento identificativo da cultura portuguesa, considerando que a azulejaria é desenvolvida em Portugal há cinco séculos; a sua aplicabilidade como elemento que estrutura as arquiteturas, através de grandes revestimentos nas fachadas dos edifícios e no seu interior e pelo modo como tem sido entendido, não só como arte decorativa mas como suporte de renovação do gosto e de registo do imaginário.

As primeiras utilizações remontam ao século XVI (influência hispano-mourisca). Ao longo dos séculos vários momentos importantes e influências aconteceram (ex: Rococó, Neoclassicismo, etc.) até hoje. A expo´98 permitiu verificar a atual pertinência do uso do azulejo, onde o edifício do Oceanário é um bom exemplo.

 

A propósito de azulejos e daqueles que no percurso de vida tiverem ou têm relação com estes elementos artísticos em Coruche, o primeiro destaque recai sobre o mestre Esteves / Relvas.

José David Esteves nasceu em Lisboa, em 1927, iniciou com 17 anos de idade o seu percurso, na Fábrica Viúva Lamego, como modelador de cerâmica. Durante 17 anos contactou de muito perto com grandes figuras das artes plásticas, como Querubim Lapa, Leopoldo Almeida, Almada Negreiros, Manuel Cargaleiro, Jorge Barradas, Estrela Faria, entre outros. Em 1961 rumou a Lourenço Marques – Moçambique. Muito embora nessa fase a sua atividade principal não fosse associada às artes, manteve o interesse, o que o levou a colaborar, mais tarde, com a escultora alemã Ula Hanzel e também com Querubim Lapa nos painéis de entrada do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. Regressou a Portugal em 1977, mas só um ano mais tarde voltou às artes plásticas, ao se envolver no projeto Cerâmica Artista ML Valente, Lda. Três anos mais tarde fixou residência em Coruche, aliciado pelo projeto Cerâmica Artística e, em 1981, inicia funções na Câmara Municipal de Coruche, primeiramente como desenhador. Todavia, foi nas artes plásticas que veio a centrar posteriormente toda a sua atividade. São inúmeros os trabalhos que realizou no concelho de Coruche, sendo que muitos deles podem ainda ser apreciados, tais como os painéis de azulejos do Pavilhão Municipal, das creches da Azervadinha e da Quinta do Lago, do lar de idosos da Lamarosa, as placas toponímicas da vila, o busto da República existente nos Paços do Concelho, entre muitos outros. No ano de 2002 foi-lhe atribuído um espaço de atelier no Museu Municipal de Coruche, onde  desenvolveu trabalhos diversos. O modelador/ceramista Relvas, como sempre assinou todos os seus trabalhos e por cujo nome ficou conhecido, faleceu em 2005.


Fontes:

Catálogo da exposição temporária “Coisas da Idade”, patente no Museu Municipal de Coruche de 31 de maio a 13 de julho de 2003.

Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014.

 

20091227 José David Esteves HR (2).jpg

Relvas

Designação: Mural

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 1,98m, comp. 4.30m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

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Relvas

Título: Fumeiro

Designação: Painel

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 0,45m, comp. 0,45m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

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 Relvas

Designação: Placa toponímica

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 0,45m, comp. 0,45m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

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 Relvas

Designação: Placa toponímica

Material: azulejo e tintas

Dimensão: alt. 0,35m, comp. 0,45m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

Revisão: Ana Paiva

PATRIMÓNIO EDIFICADO

No âmbito do desafio colocado no 1º post sobre património edificado, "Sinalizar em Coruche, através de registo fotográfico, elementos arquitetónicos cuja execução surgiu através da mão…" chegaram mais fotografias que registam a passagem do tempo nas edificações e seus detalhes, no caso implantadas em pleno centro histórico de vila de Coruche. 

Hoje publico, mais uma vez,  o olhar do fotografo Hélder Roque (2ª série de fotografias). Obrigado e abraço

São revestimentos em azulejo de casas "senhoriais" :

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Créditos fotográficos por Hélder Roque