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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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FIGURAS ICÓNICAS

O meu amigo Hélder Roque partilhou com o Coruche à mão fotos no âmbito do desafio “Património Edificado”, nomeadamente de edifícios com revestimentos em azulejo, algumas referem-se a um  edifício cujo proprietário é  Nobel da arquitetura paisagista,  arqtº Gonçalo Ribeiro Telles.

DSC_0450.JPGCréditos fotográficos: Hélder Roque

Assim,  este post tem como objetivo introduzir em contexto do Coruche à mão o arqtº Ribeiro Telles, figura icónica, notável da  sociedade contemporânea.

 

 

Esquisso Biográfico

 

Gonçalo Ribeiro Telles nasceu em Lisboa, a 19 de Maio de 1922. A sua juventude foi passada entre Coruche e Lisboa, considerando que o seu pai era natural de Coruche e aí viviam familiares, aos 2, 3 anos veio a Coruche pela primeira vez para ser mostrado ao seu avô.

Licenciou-se em engenharia agrónoma e fez um curso livre de arquitetura paisagista. Iniciou a sua vida profissional como assistente universitário, tornando-se discípulo de Francisco Caldeira Cabral. Mais tarde seria professor catedrático convidado da Universidade de Évora, criando as licenciaturas em arquitetura paisagista e em engenharia biofísica.

Iniciou a sua intervenção pública como membro da Juventude Agrária e Rural Católica. Com Francisco Sousa Tavares fundou, em 1957, o Movimento dos Monárquicos Independentes, a que se seguiria o Movimento dos Monárquicos Populares. Em 1967, aquando das cheias de Lisboa, impôs-se publicamente contra as políticas de urbanização vigentes.

Em 1969 integra a Comissão Eleitoral Monárquica, que se junta às listas da Ação Socialista Portuguesa, de Mário Soares, na coligação Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD), para concorrer à Assembleia Nacional. Em 1971 ajudou a fundar o movimento Convergência Monárquica.

Após o 25 de Abril, fundou o Partido Popular Monárquico. Foi Subsecretário de Estado do Ambiente nos I, II e III  Governos Provisórios, e Secretário de Estado da mesma pasta, no I Governo Constitucional. Em 1979 integrou a Aliança Democrática, liderada por Francisco Sá Carneiro, coligação através da qual foi eleito deputado à Assembleia da República, em 1980 e em 1983. Entre 1981 e 1993 integrou o VIII Governo Constitucional, chefiado por Francisco Pinto Balsemão, como Ministro de Estado e da Qualidade de Vida. Durante o seu ministério, assume um papel preponderante no estabelecimento de um regime sobre o uso da terra e o ordenamento do território, ao criar as zonas protegidas da Reserva Agrícola Nacional, de as bases do Plano Diretor Municipal.

Em 1984, após sair do governo e já afastado do PPM, fundou o Movimento Alfacinha, com o qual se apresentou candidato à Câmara Municipal de Lisboa, conseguindo a eleição como vereador. Em 1985 regressa à Assembleia da República  como deputado independente, eleito nas listas do Partido Socialista. Em 1993 fundou o Movimento o Partido da Terra, cuja presidência abandonou em 2007.

Entre os seus projetos, são de assinalar o espaço público do Bairro das Estacas, em Alvalade; os jardins da Capela de São Jerónimo, no Restelo; a cobertura vegetal da colina do Castelo de São Jorge; os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, que assinou com António Barreto - recebendo o prémio Valmor de 1975; o Jardim Amália Rodrigues, junto ao Parque Eduardo VII, em 1996; e o conjunto de projetos que concebeu, entre 1998 a 2002, por solicitação da Câmara Municipal de Lisboa, das estruturas verdes principal e secundária da Área Metropolitana de Lisboa, e que se encontram hoje em diferentes fases de implementação: o Vale de Alcântara e a Radial de Benfica, o Vale de Chelas, o Parque Periférico, o Corredor Verde de Monsanto e a Integração na Estrutura Verde Principal de Lisboa da Zona Ribeirinha Oriental e Ocidental.

Em 2013 foi galardoado com o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, a mais importante distinção internacional no âmbito da arquitetura paisagista.

 

O arqtº Gonçalo Ribeiro Telles tem atualmente 94 anos de idade.

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_Ribeiro_Telles

Catálogo da exposição temporária “Coruche na obra do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, patente no Museu Municipal de Coruche, Agosto de 2005

 

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Catálogo da exposição temporária “Coruche na obra do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, patente no Museu Municipal de Coruche, Agosto de 2005

Créditos fotográficos: Paulo Fatela