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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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GASTRONOMIA

Chegaram ao Coruche à Mão mais duas receitas com abóbora, como ingrediente principal, uma partilhada por Luís Marques e outra por Raquel Marques. Obrigado a ambos. 

 

 

Receita de Luís Marques:

"Receita de abóbora no forno

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 Ingredientes para 6 a 8 pessoas: 

  • 1 abóbora pequena com cerca de 3,5 kg
  • 1 cebola grande picada
  • 4 dentes de alho
  • 1 alho francês cortado às rodelas
  • 0,5 kg de couve lombarda cortada em juliana larga
  • 1 pimento vermelho sem sementes, cortado aos quadrados
  • 1 molho de coentros
  • 750g de mistura de carne de vaca e de porco picada
  • 1 chouriço de carne picado
  • 1,5 dl de azeite
  • 1,5 dl de vinho branco
  • Sal q.b.
  • Pimenta branca q.b.
  • Paprica q.b.
  • Cebolinho q.b.
  • Piripiri q.b.
  • Papel de alumínio

 

Preparação:

Da horta escolha uma abóbora que convém seja mais larga que alta, tendo o cuidado de se manter o caule com cerca de 5 cm, para servir de pega. Confirme se as dimensões permitem ir inteira para o forno.

Abra a abóbora cortando um círculo à volta do caule, em cunha, com a abertura suficiente para entrar uma mão, cerca de 12 cm de diâmetro.

Aproveite o círculo da abóbora para tampa durante a confeção.Retire, com o auxílio de uma colher, as sementes e os fios do interior da abóbora.

Barre o interior da abóbora com uma boa mão cheia de sal e reserve.

Num tacho, leve ao lume o azeite, a cebola, os dentes de alho esborrachados e sem peles e o alho francês. 

Deixe refogar em lume brando durante 5 minutos e acrescente a couve lombarda, o pimento, o molho de coentros e o vinho branco.

10 minutos depois de levantar fervura junte a carne, o chouriço e envolva muito bem no preparado.

Tempere com os condimentos desejados.

Quando a carne estiver cozinhada, cerca de 25 minutos depois, retifique os temperos e retire do lume.

Retire todo o sal e água da abóbora.

Introduza a carne e os legumes no interior da abóbora, com o mínimo de líquido possível, tendo o cuidado de retirar o molho de coentros.

Tape a abertura da abóbora com a “tampa” e embrulhe o caule com papel de alumínio.

Coloque a abóbora num tabuleiro para ir ao forno e à mesa, e pincel a abóbora com azeite.

Asse a abóbora durante cerca de 60 minutos, em forno previamente aquecido a 180 graus.

À mesa, retire a tampa e sirva a carne com os legumes e pedaços da abóbora que vai retirando das paredes da mesma.

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 Bom apetite."

Créditos fotográficos: Luís Marques

 

Receita de Raquel Marques:

 

Receita de sopas de abóbora 

 Ingredientes : 

  •  abóbora pequena com cerca de 3,5 kg
  • feijão seco
  • ovos
  • pão
  • sal
  • azeite

"... é uma comida pobre para gente dedicada aos trabalhos muito duros e que usava o que a terra dava para se alimentar. Cozia-se feijão ao qual no fim de cozido se juntava abóbora e ovos partidos. Depois para uma grande tijela cortavam pão em fatias. Por cima era colocada a mistura e finalmente temperava-se com azeite. Esta "receita" foi-me transmitida pela minha sogra. "

 

FIBRAS VEGETAIS - CESTARIA, EMPALHAMENTOS

Juncus é um género botânico que pertence a um grupo de plantas que crescem, em geral, em terrenos húmidos. O junco  possuí caules cilíndricos com três fileiras de folhas, e flores miúdas esverdeadas ou castanhas. A pequena vagem contém muitas sementes, as quais parecem poeira.

Os juncos são utilizados para tecer cestos, esteiras e assentos de cadeira. Antigamente, usava-se a medula dos caules para fazer pavios de velas. Algumas espécies são cultivadas como plantas ornamentais.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Juncus

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É com muita satisfação que verifico que a tradição de produção de  peças em fibras vegetais se mantém!

Há já alguns anos que conheço a família  Lourenço (Fátima e António Lourenço), estes artesãos já foram reportados no  Coruche à Mão,  na rubrica Fibras Vegetais e em breve um post específico.

A transmissão do saber fazer produziu efeitos, ou seja, Nelson Escada Silva (filho do casal acima indicado) e a sua esposa Dilia Almeida Silva, criaram uma marca  associada a peças em fibras vegetais - JUNCUS.

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São essencialmente produtos para senhoras, nomeadamente, malas (diversos formados). A contemporaneidade destes produtos vegan contribui para a redução das tradicionais peças em pele.

A marca também desenvolve produtos numa vertente genuinamente tradicional,  no âmbito dos formatos e da função. 

A JUNCUS  existe desde o inicio de 2017 enquanto marca, contudo o projeto teve o seu inicio a partir do ano 2000,  face a uma escola / oficina desenvolvida pelos pais do Nelson.

O conceito é reportado na plataforma digital da marca:

“Mãos que colhem o JUNCO nos campos de Coruche no centro de Portugal, mãos que o tratam e trabalham nos teares artesanais, com a arte e a técnica da tradição familiar. Um trabalho artesanal desde a origem até ao produto final. “

A  JUNCUS  está sediada em Coruche, rua do Olival nº 10 – Vale Mansos

WEB: www.juncus.pt

 

Que a moda venha para ficar!

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Créditos fotograficos: JUNCUS

 

 

 

 

 

 

CORTIÇA - FIGURADO, PEÇAS ÚTEIS

Neste post referêncio um bom homem, humilde e gentil. O Sr. Dinis é um artesão de mão cheia, com os seus 78 anos de idade continua a produzir peças e,  a orgulhar-se do que faz.

 

Esquiço biográfico: 

Dinis Emídio Azevedo, nasceu no ano de 1943, em Coruche.

Começou a produzir artesanato há cerca de 40 anos.

Na vida profissional ativa dedicava-se ao trabalho do campo, nos momentos de descanso, nomeadamente no período do almoço, entretinha-se com o canivete a alterar as formas de materiais oferecidos pela natureza,  raízes de árvores ou arbustos e cortiça.

Numa primeira fase reproduzia animais, cobras, lagartos, a uma pequena escala. Com cortiça procurava executar peças úteis, nomeadamente cochos (peças que funcionavam como recipiente para líquidos).

As peças eram muito apreciadas pelos colegas de trabalho, pelo que dessa forma sentia-se estimulado em fazer mais e melhor.

Reformado da sua atividade profissional ocupa o tempo a cuidar de alguns espaços florestais, sua propriedade, contudo continua a produzir peças artesanais. Há alguns anos a esta parte colocou a fasquia mais elevada, não só realiza peças associadas à fauna mas, também, à realidade agrícola de Coruche, ao seu património  e outros.

Algumas peças reportam momentos / atividades que outrora foram muito importantes no meio rural e social, como por exemplo a matança do porco.

A regra do sr. Dinis é de colecionar as diversas peças, excecionalmente oferece a amigos, nunca comercializou.

Reservou uma sala em sua casa, na localidade de Azerveira / São José da Lamarosa, para expor todas as peças que foi juntando ao longo do tempo. 

A  atividade artesanal de Dinis Azevedo está mencionada no livro Mãos com Alma, numa rúbrica de artesanato do extinto Jornal de Coruche e, participou pontualmente em eventos da Câmara Municipal de Coruche.

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 Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

Trata-se de artesanato tradicional genuíno, remete-nos para uma narrativa ingénua, naïf, muito própria da segunda metade do século XX. 

O sr. Dinis tem cerca de 100 peças, as quais deveriam ser registadas e mostradas às novas gerações …