FIOS - LINHO, ALGODÃO, LÃ e OUTROS
Chegaram vários taleigos ao Coruche à Mão, partilha de Raquel Marques e de algumas amigas suas. Em preparação produção fotográfica das peças:
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
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Chegaram vários taleigos ao Coruche à Mão, partilha de Raquel Marques e de algumas amigas suas. Em preparação produção fotográfica das peças:
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Ana Maria Ribeiro partilhou no Coruche à Mão uma receita de familia:
"CABRITO ou BORREGO ASSADO
A assadura do cabrito no Natal ou do borrego no domingo de Páscoa remete-me para a minha infância quando íamos à Estação de Santa Apolónia em Lisboa, levantar o cabaz (de verga forrado a serapilheira) com o cabrito e outras iguarias enviadas da Serra da Estrela pelos maus avós maternos.
Também a receita da sua confeção vem desses tempos de criança, feita pela minha mãe e já há alguns anos por mim adotada, sentindo quase que um dever esta transmissão de legado gastronómico com toda a carga afetiva que transporta e com muito gosto faço para toda a família.
Atualmente não dispondo dessas raças da Serra da Estrela, recorro ao borrego mais próximo, aqui de Montemor-o-Novo, de denominação de origem protegida (DOP) o que faz toda a diferença, pois sabemos que o sucesso de qualquer prato está diretamente associado à qualidade da matéria prima.
De Véspera tempera-se numa assadeira a carne já lavada e escorrida com uma mistura dos seguintes ingredientes: sal, piri-piri, alhos (picados), cravo de cabecinha, louro, pimentão doce (pó), azeite e um pouco de vinho branco, barrando-se os pedaços de carne com este preparado e fica a repusar com uns ramos de salsa.
No dia seguinte acrescenta-se mais um pouco de vinho branco e azeite (se necessário) e leva-se ao forno, virando-se os pedaços de carne de vez em quando, de modo a assar uniformemente.
Acompanha com batatinhas assadas à parte com azeite, sal e um pouco de água e grelos cozidos e temperados com um bom azeite."
Texto: Ana Maria Ribeiro
Antes:
Depois:
Créditos fotográficos: Fernando Serafim e Ana Serafim
Tratamento de imagem: Paulo Fatela
SERRALHARIA ARTÍSTICA
Neste post publico uma nota biográfica e algumas fotografias de peças do artesão José Miguel Teles, cuja atividade é relativamente recente. As peças do José Miguel são bastante criativas e de excelente execução, carateristicas essenciais em meu entender para que tenha a denominação de ARTESÃO. Merece o meu respeito e apoio. Votos para que prolongue as suas produções por muitos anos...
Esquiço biográfico:
José Miguel Teles nasceu em 1963, em Coruche.
Zé Miguel, como é conhecido começou a trabalhar em 1978 numa serralharia, em Coruche, tendo mais tarde sido operário fabril (manutenção de equipamentos). Nas atividades profissionais desenvolvidas lidou sempre com as mais diversas peças metálicas.
Em 2002 de forma espontânea reutilizou peças metálicas e, produziu uma peça decorativa.
Durante alguns anos foi desenvolvendo o seu hobbie, sempre na prespetiva de realizar peças para si próprio.
O ano de 2015 trouxe-lhe o desafio de mostrar as suas peças decorativas ao público em geral, aconteceu na FICOR – Feira Internacional da Cortiça em Coruche. Após o primeiro certame têm se seguido outras participações de âmbito local e regional.
Optou por atribuir uma denominação à sua atividade “ARTDECOR”.
Zé Miguel encontra-se em fase de processo de obtenção da carta de artesão, a emitir pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional / CEARTE, na área de serralharia artística.
Imagens de algumas peças:
Designação: Candeeiro
Material: reutilização de diversas peças metálicas
Dimensão: 1,72m x 0,79m
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Designação: Candeeiro
Material: reutilização de diversas peças metálicas
Dimensão: 0,68m x 0,36m
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Designação: Candeeiro
Material: reutilização de diversas peças metálicas
Dimensão: 0,68m x 0,35m
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Pormenor de candeeiro
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Designação: Bengaleiro
Material: reutilização de ferraduras
Dimensão: 0,27m x 0,50m
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Designação: Suporte de guardanapos
Material: reutilização de ferraduras
Dimensão: 0,15m x 0,10m
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Gostaria de fazer um passo a passo de uma peça do artesão aqui visado! Assim sendo, será um até breve...
Participação de Ana Maria Ribeiro no desafio TALEIGOS.
Neste post publico um conjunto de taleigos que amávelmente Ana Maria Ribeiro partilhou no Coruche à Mão. São peças que herdou da sua sogra e, mostram genuinamente os taleigos tradicionais. Os taleigos resultavam da reutilização de tecidos de algodão e eram formados por um conjunto de retalhos. Já em outros tempos se reutilizavam materiais, obviamente que as circunstâncias eram outras... Mas o principio mantém-se.
Créditos fotográficos: Paulo Fatela
Este é o segundo post de poesia, na rúbrica Palavras Escritas. Trata-se de poesia inspirada na nossa terra, CORUCHE, do autor João Romão. Assiste-me uma dupla satisfação na publicação deste post, considerando o autor ser um jovem que revela sensibilidade e interesse não só pela poesia, mas também, pela nossa ruralidade (sem preconceito) e, pelo facto de ter confiado no Coruche à Mão para divulgação do seu projeto.
Esquiço Biográfico:
João Romão, é um jovem coruchense, nasceu a 18 de outubro de 1985 em Santarém. Fez a sua formação superior em direito, exerce a sua profissão nessa área e, também, como formador. Há relativamente pouco tempo regressou à sua terra natal e, por gosto pelas palavras iniciou um projeto de poesia, o qual pretende ver materializado em tempo. Contudo é esta forma de expressão artística que marca o regresso às suas origens.
Assim sendo, publico três poemas de João Romão, os quais são "ilustrados" com fotografias de Paulo Marques.
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RURALIDADE
do pouco fizeste muito
da pedra, farinha e pão
tens o verde no teu peito
assim é o teu coração
vives a vida dos simples
na fé tens a proteção
na saúde e na doença
segues o teu condão
da mão fazes alfaia
do campo a tradição
corta o choupo com a zagaia
a arte de fazer à mão
venham ceifeiras
venham máquinas
nenhuma te há-de vencer
vives a vida dos simples
assim é saber viver.
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VILA ENCANTADA
Noutros tempos passados
Vivias o bem viver
Os mouros e outros que tais
Não te souberam prender
Altos nobres, e reis
Conservaram o teu valor.
Ave noturna na torre
Qual alado protector
Corujas à tua volta
Pousam , no ocaso do sol posto
Vêm na noite mansinha
Alumiar as tuas faces no rosto
Mitos e lendas que contam
No apogeu da tua entrada
Teu lúgubre condão
É seres Coruche, vila encantada.
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VIVÊNCIAS
por mim percorro sorraias
ansiando chegar ao mar
caminhando pelas praias
na esperança de voltar
na volta não tragas nada
não vale a ocasião
tens a vila em teu regaço
no castelo o coração
gentes ávidas de ser
saber sabendo mais
não voltes para percorrer
os doirados arrozais
simples, belo e natural
canta o pardal a canção
poisado no salgueiral
a confortar seu coração
em tuas águas me banhei
e nelas musas não vi
em mil vivências encontrei
uma memória de ti.
Chegaram ao Coruche à Mão mais dois taleigos, no âmbito do desafio de produção de taleigos, desta vez de Maria Lubélia Raposo e Leonor Ferreira. Obrigado
Peça de Maria Lubélia Raposo, taleigo com duas frentes, linho bordado a ponte de cruz.
Peça de Leonor Ferreira, taleigo produzido com retalhos e rendas.
Créditos fotográficos: Paulo Fatela