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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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GASTRONOMIA

 

“Sorraia. Nome de rio. Se hoje a ele arribassem cardumes mananciosos de sáveis de outros tempos, logo lhes aproveitaríamos as ovas opulentas que, incorporadas em açorda iriam, rescendentes à mesa…”

 

Caldeirada de Sável

 

Ingredientes:

Cebola

Alho

Pimento doce

Louro

Salsa

Batatas

Sável

Vinagre

Pão

 

Um bom refogado de cebola, alho, pimentão doce, loro e salsa.

Depois de bem apurado sem deixar escurecer, junta-se água suficiente para a sopa. Juntando batatas cortadas às rodelas, deixando abrir fervura para juntar a cabeça do sável, as ovas, o rabo e mais uma ou duas postas a seguir ao rabo. Leva também um pouco de vinagre.

Depois de bem apurado, devagarinho, escaldam-se fatias de pão duro.

In: “Comeres de Coruche”, Associação para o Estudo e Defesa do Património Cultural e Natural do Concelho de Coruche, 1993, pág. 14 e 15

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Alguns dos ingredientes que entram na caldeirada de sável

Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

Chegaram fotos, cortesia do meu amigo José António Martins, relativamente a peixes de água doce, no caso pescados no nosso rio Sorraia e açude do Monte da Barca.

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Peixe Gato

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 Pimpão

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 Barbo

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 Ablete

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Achigã

Cortesia de Fábio Leiria:

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 Achigã

 

 

 

FIGURADO E OUTROS

Este post visa reportar alguns artesão que desenvolveram e/ou desenvolvem figurado com os mais diversos materiais.

 

Joaquim David Ferreira (Joaquim Ferreira)

Joaquim Ferreira nasceu em 1925, em Coruche.

As miniaturas que executou surgiram entre finais dos anos 80 e meados dos anos 90. Joaquim foi trabalhador rural durante a vida ativa. Quando se reformou, no final dos anos 80 dedicou-se à produção de miniaturas. Os materiais eram em madeira e cortiça; Custódia (esposa) apanhava na estrada essas matérias primas. As miniaturas foram totalmente construídas por Joaquim sendo que Custódia apenas ajudava em algumas pinturas que exigiam maior promenor. O autor ter-se-á inspirado nas suas vivências com especial incidência no seu trabalho, da habitação, da comensalidade e do lazer; cenas de carácter tauromáquico; aspetos da fauna. Não trabalhava sob encomenda, nem as raras vendas destas miniaturas se traduziam num complemento à reforma; fazia-as para passar o tempo. Ainda participou numa exposição na Praça da Liberdade, em Coruche, e, por diversas vezes, as exibiu à porta do Mercado Municipal.

Algumas peças de Joaquim fazem parte do acervo do Museu Municipal de Coruche.

Fonte: Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014, pàg 21

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 Autor: Joaquim Ferreira

Material: Madeira e cortiça

Dmensão: alt 0.20m, larg: 0.19m

Créditos fotográficos: Carlos Silva

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Autor: Joaquim Ferreira

Material: Madeira e cortiça

Dimensão: alt 0.22m, larg: 0.18m

Créditos fotográficos: Carlos Silva

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Autor: Joaquim Ferreira

Material: Madeira e cortiça

Dimensão: alt 0.20m, larg: 0.20m

Créditos fotográficos: Carlos Silva

 

FIOS - LINHO, ALGODÃO, LÃ e OUTROS

Há algumas bordadeiras em Coruche que desenvolveram e desenvolvem diversas peças com bainhas abertas, hoje ilustro a referência a este trabalho artesanal com peças da artesã Loudes Sousa.

 

Bainhas abertas

As bainhas abertas constituem um trabalho em que se retiram fios ao tecido.

Há que referira a existência de dois pontos: o ponto a direito e o ponto cruzado. Com estas designações pretende-se colocar em evidência o facto de no ponto a direito se manipularem conjuntos de fios que são os mesmos que correm de cima a baixo do trabalho. No ponto cruzado, tal não acontece e o trabalho parece feito em viés ou na diagonal, conforme é referido por algumas bordadeira.

As bainhas abertas constituem uma técnica, que sobretudo valoriza toalhas e lençóis, embora desde sempre, tenha sido usada num contexto decorativo mais amplo. De há algum tempo a esta parte têm tido diversas aplicabilidades, nomeadamente em peças como cortinas ou cortinados.

Fonte: Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014, pág 57

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Bordadeira:Lourdes Sousa

Designação: Naperon

Bainhas abertas 

Dimensão: 1.10m x 0,65m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

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Bordadeira: Lourdes Sousa

Designação: Toalha de rosto

Bainhas abertas 

Dimensão: 1,50m x 0,77m

Créditos fotográficos: Hélder Roque

 

 

BALANÇO 2016

1º aniversário do blog Coruche à mão!!!

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Em jeito de balanço

Foram publicados 68 posts sobre:

MADEIRAS - Marcenaria, carpintaria, restauro;

FIOS - Linho, algodão, lã e outros;

GASTRONOMIA;

PATRIMÓNIO EIFICADO;

INOVAÇÃO;

FIBRAS VEGETAIS; Cestaria, empalhamentos; 

REPRESENTAÇÕES PICTÓRICAS;

REGISTOS RELIGIOSOS;

MÃOS NA MÚSICA;

PAPEL - Figurado, flores de papel, encadernação;

FIGURAS ICÓNICAS;

TINTAS - Cerâmica, madeira, têxtil, porcelana, azulejo;

TRINDADES;

CORTIÇA - Figurado, peças úteis;

BARRO - Olaria, cerâmica figurativa;

ARTES PLÁSTICAS;

PELES E COUROS - Correeiros; sapateiros; peças decorativas e úteis;

 

Publicado um video no youtube - como fazer ponto de cruz, com a artesã Manuela Mesquita e edição de video de Tânia Prates;

Uma exposição na cafetaria do Museu Municipal de Coruche sobre ponte de cruz e degustação de vários produtos publicados no blog;

Foram muitos os colaborados no Coruche à mão que partilharam fotografias, textos, saberes, experiências;

O Coruche à mão teve 12 356 visualizações;

 

Provávelmente a publicação de posts no corrente ano deverá acontecer de forma menos regular, contudo tudo farei para manter o dinamismo a que me propus quando criei o Coruche à mão.

 

Muito obrigado a todos (as).

Um abraço.

Paulo Fatela