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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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PATRIMÓNIO EDIFICADO

No âmbito do desafio colocado no 1º post sobre património edificado, "Sinalizar em Coruche, através de registo fotográfico, elementos arquitetónicos cuja execução surgiu através da mão…" chegaram mais fotografias,  algumas relativas a locais de culto religioso (Ermida de Nª Srª do Castelo e igreja matriz), outras associadas à industria de Coruche, anos 20 (antiga fábrica de esmalte e moagem) e o aqueduto do Monte da Barca, peça medieval com 1000 metros de comprimento e arcos com a envergadura máxima de 3,40m e uma altura que chega a atingir os 4 metros.

Hoje publico o olhar dos fotografos José Cordeiro e Francisco Potier Dias. Obrigado e abraço a ambos 

 

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 Aqueduto - Monte da Barca - Coruche / Créditos Fotogáficos - José Cordeiro

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Antiga fábrica de esmalte - Coruche / Créditos Fotogáficos - José Cordeiro

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 Antiga moagem - Coruche / Créditos Fotogáficos - José Cordeiro

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 Ermida de Nossa Senhora do Castelo - Coruche / Créditos Fotogáficos - Francisco Dias Potier

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   Ermida de Nossa Senhora do Castelo - Coruche / Créditos Fotogáficos - Francisco Dias Potier

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 Igreja matriz - Coruche / Créditos Fotogáficos - Francisco Dias Potier

 

 

GASTRONOMIA

MEL

O mel é um alimento, geralmente encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, que é produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido de flores e processado pelas enzimas digestivas desses insetos, sendo armazenado em favos nas suas colmeias para lhes servir de alimento.

O homem aprendeu a capturar enxames e instalá-los em "colmeias artificiais". Por meio do desenvolvimento e aprimoramento das técnicas de manejo,  conseguiu aumentar a produção de mel e extraí-lo sem danificar a colmeia. Com a "domesticação" das abelhas para a produção de mel, temos então o início da apicultura. Atualmente, além do mel, podemos obter diversos produtos como o pólen apícola, a geleia real, a apitoxina e a cera.

O mel é o único produto doce que contém proteínas e diversos sais minerais e vitaminas essenciais à nossa saúde. Além do alto valor energético, possui conhecidas propriedades medicinais, sendo um alimento de reconhecida ação antibacteriana.

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Créditos fotográficos: Fernando Marques

 

Apicultura

A criação de abelhas com ferrão denomina-se por apicultura e é um ramo da zootecnia. A criação racional de abelhas para o lazer, ou fins comerciais, pode ter como objetivo a produção de mel, própolis, geleia real, pólen, cera..., ou mesmo fazer parte de um projeto de paisagismo; as abelhas são importantes polinizadoras.

A manutenção de um apiário exige visitas frequentes do apicultor para as tarefas de remoção de mato perto das colmeias, revisão das caixas e colheita, entre outros serviços...

Durante a revisão o apicultor verifica se há excedente de mel para colheita, se a rainha está a produzir crias, se não há formigas e/ou traças, se existe cera em quantidade suficiente. Os favos serão levantados para verificar estes itens.

Apiário

Apiário é um conjunto de colmeias utilizadas para criação de abelhas, normalmente para a colheita de mel ou a polinização de culturas agrícolas. Embora o mel seja o principal produto obtido, obtém-se também outros: a própolis, que é produzida pelas abelhas para vedar e defender a colmeia de contaminações; o veneno das abelhas, altamente valorizado pela sua aplicação terapêutica; o pólen; e a geleia real que é extraída das realeiras.

Os apicultores profissionais podem ter centenas de colmeias espalhadas em dezenas de apiários.

Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mel; https://pt.wikipedia.org/wiki/Apicultura; https://pt.wikipedia.org/wiki/Api%C3%A1rio

 

Coruche teve e tem  vários apicultores, alguns com expressão, nomeadamente Antero Gomes, Jacinto Rodrigo, Edite Ferreira entre outros.

 

Notas biográficas de Antero Gomes e Jacinto Rodrigo:

 

Antero Gomes nasceu em 1941, em Coruche

Em 1970 comprou um livro sobre apicultura para oferecer ao seu pai, no dia do seu aniversário, no entanto antes de lhe oferecer o livro decidiu lê-lo.

Feita a descoberta da apicultura através do livro iniciou o seu hobby, uma vez que a sua atividade profissional era bancário. Demorou quatro ou cinco anos a pôr em prática a atividade de apicultor. No percurso de apicultor encontrou um colega sueco que lhe ofereceu uma revista com moldes em silicone para velas.

Assim adquiriu moldes e começou a produzir velas de diversas cores e formas com cera pura.

Participou em algumas feiras de artesanato em Coruche, mas sobretudo em Oeiras e Sintra, e colaborou com escolas, onde fazia a descrição do seu hobby e a demonstrarão de algumas das suas peças.”

 

Jacinto Santos Rodrigo nasceu em 1950, em Coruche.

O avô e o pai haviam sido apicultores, pelo que o seu contacto com essa atividade começou desde muito novo.

Há cerca de trinta anos rendeu-se à paixão e dedicou-se de corpo e alma à apicultura, inicialmente em cortiços que substituiu por caixas.

Jacinto Rodrigo chegou a ter 200 colmeias, sobretudo localizadas na  Herdade da Agolada, sendo que a produção tem sobretudo a ver com o clima e a florestação.

Em períodos de maior produção exportou para outros países da Europa.

Para além da revenda (mel em grandes quantidades), faz também venda direta, nomeadamente a particulares que confecionam os tradicionais bolos de mel e ao público em geral, e participa em diversas feiras. Como complemento, a sua mulher Maria Rosa produz velas com as mais diversas formas.”

in: Fatela, Paulo – Mãos com Alma: artes e ofícios tradicionais em Coruche, Associação para a Promoção Rural da Charneca Ribatejana, 2014,  págs. 11 e 21.

 

Na brochura “Comeres de Coruche”, publicada pela Associação para a Defesa do Património Cultural de Coruche, encontrei duas receitas com o ingrediente “MEL”, uma de bolo de mel e outra de broas de mel:

 

Bolo de mel

250g de farinha (rolão do pão); 250g de açúcar amarelo; 300g  de mel; 2 colheres de azeite fino; 1 colher de fermento; 1 pitada de fermento; 1 pitada de erva doce; 5 ovos; raspa de limão

Primeiro misturam-se as gemas, o açúcar, o mel, o azeite, o fermento e a erva doce.

Depois junta-se a farinha e por fim as claras em castelo.

Vai em forma a cozer ao forno.

 

Broas de mel

1 tigela de azeite; 2 tigelas de mel; 2 tigelas de água; 3 tigelas de farinha de trigo; 1 tigela de farinha de milho; canela q.b.; erva doce q.b.

Põem-se ao lume os líquidos com os temperos e, quando ferverem, juntam-se as farinhas, que se mexem muito bem com uma colher de pau.

Tendem-se depois as broas, pondo em cada uma uma amêndoa.

Vão ao forno a cozer.

In: “Comeres de Coruche”, Associação para o Estudo e Defesa do Património Cultural e Natural do Concelho de Coruche, 1993, págs. 34 e 43.

 

Nota: Dias 1 e 2 de abril está agendado o primeiro encontro "Apicola" no Observatório do Sobreiro e da Cortiça em Coruche.

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Desafio: Partilha de receitas de doçaria em que o ingrediente principal seja o mel.

 

Revisão: Ana Paiva

 

A minha amiga Rosa Nunes partilhou diversas receitas com o ingrediente "MEL", assim:

 

Bolo de mel da Avó Idalina

3 ovos; 250g açúcar; 250g farinha; 1 chávena de mel; 2 meias cascas de ovo de azeite; fermento q.b..


Batem-se os ovos inteiros com o açúcar, depois junta-se o mel e bate-se de novo. A seguir junta-se a farinha com o fermento e depois de bem batido, junta-se o azeite.
Vai ao forno numa forma untada e ligeiramente polvilhada de farinha.

 

Bolo podre

2,5 dl azeite; 2,5 dl mel; 250 g açúcar; 10 ovos; 250 g farinha; 1/2 casca limão ralada; canela a gosto.


Batem-se as claras em castelo e à parte, o resto. Envolve-se as claras e vai ao forno numa forma untada e ligeiramente polvilhada de farinha."

 

Bolo de mel (receita ribatejana)
 
1 l mel gotejado; 1/2 l azeite; 1 colher sopa de canela em pó; 6 cabeças de cravinho ralado; 1 pitada de erva doce; 12 ovos e farinha de trigo q.b.
 
Junta-se tudo excepto a farinha e durante 15 min. bate-se muito bem. Vai-se deitando a farinha a pouco e pouco, até a massa ficar consistente, mas não muito.
Deita-se depois esta massa numa forma grande untada de manteiga de vaca e leva-se a cozer ao forno. Uma vez que se reconheça estar já bem cozido (com a prova do palito seco), retira-se da forma, coloca-se sobre um grande prato e ainda quente, sem desmanchar o "formato", corta-se em fatias e polvilha-se com o açúcar em pó.
Depois espetam-se em cada fatia flores de laranjeira ou, na sua falta, pequenas flores de papel branco frisado.
 
NOTA: Há quem faça esta receita e vase a "massa" em formas pequenas, guarde os bolos em latas fechadas. Passados alguns dias são mais saborosos.
 
Bolo pérola
 
180 g farinha; 180 g manteiga; 125 g açúcar; 2 colheres sopa de mel; 3 ovos; 1 colher sopa rasa de fermento; raspa de um limão; 1 cálice vinho do Porto

Bate-se a margarina com o açúcar e o mel, até engrossar. Juntam-se os ovos um a um e torna-se a bater. Deita-se o fermento e a raspa de limão, batendo novamente. Por fim, deita-se a farinha aos poucos e o Porto. Coze em forno moderado em pouco tempo.
 
Pudim de mel
 
6 ovos grandes; 250 g açúcar; 1/2 l leite; 1 c. (sopa) mel puro; açúcar caramelizado.

Dentro de uma tigela funda bata os ovos completos com o açúcar. Junte o mel e o leite e bata um pouco mais. Deite o preparado dentro de uma forma própria para pudim, previamente barrada com açúcar caramelizado. Leve ao forno pré-aquecido.
Passados 40 minutos, verifique se o pudim está cozido.
Desenforme o pudim só depois de frio.
 
Bebidas com mel
 
Grogue Frio
                                                                      
1 copo grande de sumo de fruta, cheio até meio com gelo picado; 1 colher de sopa de mel de urze; 1 colher de sopa de licor de pêra; 1 rodela de limão.

Misturar o mel com o licor de pêra. Deitar no copo sobre o gelo e juntar o limão. Encher o copo com água mineral gaseificada.
 
Grogue da Jamaica
                                                                               
150 g de mel de acácia; 1 l de rum branco; baunilha; casca de laranja; canela

Juntar ao rum a baunilha, a casca da laranja e a canela. Deixar macerar durante um dia inteiro, antes de adicionar o mel, primeiramente aquecido em banho-maria. Deixar macerar durante uma dezena de dias, antes de filtrar. Depois disto o grogue está finalmente pronto a servir.
 
Aguardente de zimbro
                                                                           
1 l de aguardente; 25 g de bagas de zimbro; 1 pau de canela; 300 g de mel de urze; 100 g de água; 1 pitada de
pimenta branca.

Deitar as bagas de zimbro e a canela na aguardente. Deixar macerar durante duas semanas, no mínimo. Depois, adicionar lentamente o mel e a água previamente aquecidos. Filtrar antes de deitar para um frasco bem rolhado: o licor está finalmente pronto a consumir.
 
Gelado de mel
                                                                                
2 chávenas de leite, 3/4 chávena de mel líquido (mel de laranjeira), 1 pitada de sal, 2 ovos inteiros, chávena de natas espessas.

Ferver o leite e adicionar o mel e o sal. Bater os ovos e juntar o leite quente, sem deixar de mexer com uma vara de arames. Cozer, em banho-Maria, durante 5 minutos. Deixar arrefecer e depois incorporar as natas batidas ao preparado. Colocar no congelador, batendo a mistura de vez em quando, para evitar a formação de gelo.
 
 
Compota
 
Para preparar uma boa compota de frutos secos, utilize algumas ameixas e alperces secos, demolhados na véspera, leve-os ao lume até levantar fervura, com um pouco de água, sumo de limão e canela. Depois de cozidos e fora do lume, adicione uma ou duas colheres de café de mel.
 
 
Rosa Nunes partilhou, também, os dois links abaixo indicados:
 
 
Frango com mel e laranja
 

Pernas e coxa de frango, 600g de batata, 3 colheres (sopa) de azeite, sumo de 1/2 laranja, 2 colheres (sopa) de mel de rosmaninho, 1 colher (chá) de mostarda,  sal e pimenta q.b., tomilho, coentros, alho moído, orégãos, pimentão doce e alecrim a gosto

Pré-aqueça o forno a 180ºC. 

Num recipiente, deite o sumo de laranja, a mostarda, duas colheres de sopa de azeite e o mel. Mexa e incorpore tomilho, coentros moídos e um pouco de alho moído. Adicione o frango, tempere com sal e pimenta, envolva e reserve.
Corte as batatas em quartos. Noutro recipiente, deite uma colher de sopa de azeite, orégãos, pimentão doce, alecrim e mais um pouco de alho moído. Junte a mistura às batatas e envolva.
Coloque as batatas num tabuleiro ou outro recipiente de ir ao forno e, por cima, o frango. Leve ao forno durante cerca de 45 minutos, até que frango e batatas fiquem dourados. Durante a confecção, regue o frango com o molho do tabuleiro.

 
http://kitchenet.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=kn.stories%2F9930
 
 
A amiga Cidália Coelho, dá a dica:
 
"Sumo de um limão com uma boa colher de mel e é energia para todo o dia"
 
O meu amigo Luís Simões partilhou a sua receita de seu bolo de mel:
 
"Bolo de mel
 
2,5 dl de mel ; 2 dl de azeite; 4 ovos; 150 g de açúcar; 300 g de farinha; 1/2 colher chá de fermento; 1 cálice de aguardente e como opção nozes migadas ligadas c/ farinha. Bate-se o mel com o azeite e os ovos; juntar o açúcar e bater e por fim a farinha. Untar uma forma com manteiga polvilhada com farinha, e vai ao forno médio."
 
 

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 Créditos fotográficos: Luís Simões

 

 

O meu amigo Luís Simões partilhou mais receita de seu bolo de mel, agora da sua avó Fernanda:

 

"Bolo de mel da avó Fernanda

1/2 litro de mel,  2,5 dl de azeite, 9 ovos, 125 g açúcar amarelo, 1 cálice aguardente e canela em pó. Bata-se o mel com o azeite, açúcar e as gemas muito bem. Junta-se a aguardente e a canela, depois as claras em castelo e por fim a farinha até a massa fazer castelo.( aproximadamente 1/2 kg). Vai ao forno numa forma untada com manteiga."

 

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 Créditos fotográficos: Luís Simões

 

O minha amiga Cristina Pereira partilhou  receita do bolo de mel da Fajarda, de Filomena Cardoso:

 

"Bolo de mel da Fajarda

4 gemas, 4 claras, 250 gr. de açúcar amarelo, 250 ml de mel,  250 ml de azeite, 1 cálice de aguardente, 250 gr. de farinha, 1 colher de sopa de canela.

 

Num tacho liga-se o mel com o azeite e a aguardente. Batem-se as gemas com o açúcar e mistura-se ao preparado anterior. Junta-se a farinha e a canela, bate-se bem. Por fim misturam-se as claras batidas em castelo. Vai ao forno a 180º C. tapado com papel vegetal."

PS: Não deixar cozer muito.

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 Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

Aquando da apresentação do Coruche à mão, em 15/05/20116, a minha amiga Cristina colaborou, nomeadamente com o bolo de mel da Fajarda. Ouvi muitos elogios, hoje tive a felicidade de mais uma vez a Cristina ter tido a cortesia de confecionar mais um bolo de mel da Fajarda. Degustei e com-provei que é uma delicia. Muito obrigado 

 

Receita partilhada por Piedade Roque:

 

Queques de mel e nozes 

3 ovos

6 colheres de sopa de mel

5 colheres de sopa  de azeite

100 grs de açúcar mascavado

150 grs de farinha integral

6 a 8 nozes

2 colheres de sopa  chá de fermento

1 colher de chá de canela em pó

 

Batem-se os ovos com o açúcar, junta-se o mel e o azeite. Mistura-se a farinha e mexe-se bem. Esmagam-se as nozes em pedacinhos e juntam-se ao preparado. Por fim misturam-se a a canela e o fermento. Coloca-se a massa em formas ou papel frisado, enchem-se até cerca de cerca de 2/3. Levam-se ao forno pré-aquecido a 160ºC durante 15 a 20 minutos.

 

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 Créditos Fotográficos: Beatriz Roque 

 

 

 

 

 

 

 
 

PATRIMÓNIO EDIFICADO

No âmbito do desafio colocado no 1º post sobre património edificado, "Sinalizar em Coruche, através de registo fotográfico, elementos arquitetónicos cuja execução surgiu através da mão…" chegaram fotografias que registam a passagem do tempo e sinalizam, em algumas situações, inexistência de manutenção face às edificações e seus detalhes...

 

Hoje publico o olhar dos fotografos José João Ferreira e Hélder Roque (1ª série de fotografias). Obrigado e abraço a ambos 

 

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Rua dos Guerreiros - Coruche / Créditos Fotogáficos: José João Ferreira

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 Rua de Diu - Coruche / Créditos Fotogáficos: José João Ferreira

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 Rua Joana Isabel Matos Lima Dias - Coruche / Créditos Fotogáficos: José João FerreiraAvª Luís de Camões - Coruche.JPG

Avenida Luís de Camões - Coruche / Créditos Fotogáficos: Hélder Roque

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 Avenida Luís de Camões - Coruche / Créditos Fotogáficos: Hélder Roque

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 Rua Júlio Maria de Sousa  - Coruche / Créditos Fotogáficos: Hélder Roque

 

 

REPRESENTAÇÕES PICTÓRICAS DE CORUCHE E OS SEUS PROTAGONISTAS

A pintura acompanha o homem por toda sua história e foi-se desenvolvendo ao longos dos séculos, com exceção do período grego clássico, onde a escultura se sobrepôs à pintura

A partir do século XIX, com o crescimento da técnica de reprodução de imagens, graças à Revolução Industrial, a pintura perde espaço. Até então a gravura era a única forma de reprodução de imagens. Com o surgimento da fotografia a função principal da pintura de cavalete, a representação de imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa maneira, a crise da imagem única e o apogeu de reprodução em massa.

No século XXI a pintura de cavalete continua a ser valorizada, não obstante as várias formas de reprodução técnica que têm surgido, como o vídeo e diversos avanços na produção gráfica.

A partir da revolução da arte moderna e das novas tecnologias os pintores adaptaram técnicas tradicionais ou abandonaram-nas, criando novas formas de representação e expressão visual.

Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura; Lexicoteca – Moderma Universal Enciclopédia, Circulo dos Leitores, pág 35.

 

Em Coruche há artistas no âmbito das artes visuais que expressam, em papel ou tela, com vários pigmentos e outros materiais, alguns inovadores, as mais diversas representações de Coruche, o seu património edificado, as paisagens urbanas e outras...

 

Heraldo Bento, é uma referência em Coruche. Tem criado representações visuais no âmbito do património edificado e paisagem urbana de Coruche, utilizando de forma empírica diversas técnicas, desde pastel, tinta da china, colagem com tecidos, etc.

Uma figura singular, autodidata, muito interessado por questões culturais de Coruche e, apesar de apenas possuir o ensino básico como habilitações académicas, faz caminho na vida há cerca de 90 anos e nem a chuva o demove de seguir em frente... 

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 Créditos fotográficos: José João Ferreira

 

Heraldo Bento é para mim um bom exemplo!

 

Nota biográfica:

“Com apenas 9/10 anos de idade começa a desenhar, muito incentivado por uma professora do ensino particular.

Aos onze anos abandona a escola e emprega-se no comércio, tendo organizado a sua  primeira exposição aos 15 anos com desenhos sobre Coruche. Só em 1964 se estabelece por conta própria, abrindo uma retrosaria no centro histórico de Coruche.

A partir de uma coleção adquirida pela Câmara, começou não só a pintar e a vender quadros com mais regularidade como colagens com tecidos e pastel. Sem ter tido a influência de qualquer corrente estética ou ideológica, vai realizando trabalhos, em mostras coletivas ou em exposições individuais, como, entre outros, os trabalhos apresentados no Fórum de Santarém, Salão Tadeia, Casa da Cultura em Mora e Bienal de Artes Plásticas / Percursos com Arte – Envolvências Locais - 2013.

Sem nunca abandonar o desenho e a pintura, dedica-se à escrita, registando as suas experiências e saberes de uma longa vida dedicada às vivências culturais de Coruche. Acontecem assim os livros O rio Sorraia e Coruche, Um olhar sobre Coruche e Francisco de Brito Freire.

 in: Brochura Bienal de Artes Plásticas / Percursos com Arte, 2013.

 Revisão: Ana Paiva

 

Em baixo uma pequenissima mostra da obra de Heraldo Bento, no caso são desenhos a tinta da china:

 

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Desenho - Tinta da china s/ papel

Travessa do Arco (antiga Beco da Judiaria)

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 Desenho - Tinta da china s/ papel

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Desenho - Tinta da china s/ papel

 Vista da Vila e do Castelo

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 Desenho - Tinta da china s/ papel

 Travessa de Valadares

 

Nota: A Câmara Municipal de Coruche tem a posse de algumas obras de Heraldo Bento, tendo inclusivé editado em postal alguns dos seus desenhos, nomeadamente as imagens acima publicadas.

GASTRONOMIA

A Matança do Porco

A matança do porco constituía um momento alto da vida das populações rurais. Sendo esta uma tradição secular, que representava fartura para muitos e para outros uma fonte de rendimento. Cada vez é mais rara a criação doméstica do porco e tende a desaparecer.

Trata-se de um ritual próprio da estação do inverno, depois do animal ser criado no pocilgo durante vários meses, alimentado com restos de comida, bolota, batatas cozidas e, mais recentemente, com farinha.

A matança do porco era uma necessidade básica das famílias em contexto rural. O fluxo migratório para as cidades e o contacto com outros hábitos culturais alteraram o nosso sistema de alimentação.

São vários os livros, artigos, estudos etnográficos sobre o ato da matança do porco e a sua importância nas relações interpessoais na comunidade.

 

Súmula de uma matança de porco em Coruche:

Aos homens compete matar o porco e cortar a carne, as mulheres tratam da cozinha, preparam as carnes confecionam as refeições e os enchidos.

Uma faca bem afiada, a trepeça de madeira, a corda para atar as patas do animal, o alguidar (inicialmente de barro) para o sangue e o balde com limões e cebolas cortados aos pedaços para depois lavar as tripas, são elementos essenciais para a concretização da matança do porco.

O primeiro momento é a morte do animal, segue-se a chamuscagem, outrora feita com carqueja ou tojo, mais recentemente é utilizado maçarico a gás. O ato de chamuscar serve para queimar os pelos do animal, bem como para endurecer o couro.

O animal é aberto sem ferir os intestinos, que se depositam num tabuleiro. Abre-se a cavidade torácica, retiram-se os pulmões, o fígado e a língua, Corta-se a cabeça, destacam-se as “mantas” de toucinho e separa-se a carne. Após a desmancha, mulheres e homens migam a carne para os “alguidares”. Depois de seco o porco, procede-se ao seu esquartejamento, vulgarmente chamado “a desmancha”, o toucinho e as carnes nobres têm como destino a salgadeiras ou arcas frigoríficas; muitas das carnes são transformadas em chouriços e as banhas em farinheiras.

As tripas são convenientemente lavadas em água corrente, passadas várias vezes por água bem quente, esfregadas com sal, limão e com vinho, alho e depois serão usadas para fazer os enchidos.

As mulheres têm a competência de preparar e condimentar as carnes para fazer os enchidos: morcelas, farinheiras, chouriços (de carne e de sangue).

 

Não obstante a matança do porco em contexto doméstico ter caído em desuso, o consumo desta carne mantém-se, bem como dos enchidos. Assistimos, também, à industrialização destes produtos, contudo ainda há quem os comercialize utilizando formas de produção artesanais. Um dos exemplos é a empresa familiar José Alfredo Ferreira, Lda. (talho e salsicharia), sediada em Coruche.

Solicitei a José João Ferreira, um dos elementos da empresa acima referida, que contribuísse para este post com informação escrita e fotografias relativamente ao “saber fazer...” dos chouriços tradicionais de Coruche.

 

Os Enchidos (chouriço de carne e de sangue)

 

O porcos são desmanchados na salsicharia, as carnes são separadas e cortadas manualmente em pequenos pedaços, as mais magras são utilizadas nos chouriços de carne e as que têm mais gordura são para os chouriços de sangue.

  

Chouriço de Carne

O chouriço de carne é temperado com massa de pimentão, massa de alho (caseira) e sal.

Mexe-se tudo muito bem e fica temperado durante dois a três dias. Depois enche-se manualmente e vai para o fumeiro.

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Chouriço de Sangue

O chouriço de sangue tempera-se com massa de pimentão, massa de alho (caseira), especiarias, sal e sangue.

Mexe-se tudo muito bem e fica temperado durante dois dias. Depois enche-se manualmente e vai para o fumeiro. 

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 O Fumeiro

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  Créditos fotográficos: José João Ferreira

 

 Revisão: Ana Paiva

 

GASTRONOMIA

“Pão” (latim: pane)

Segundo os historiadores, o pão terá surgido na região da Mesopotâmia.

O pão é um alimento produzido com farinha, água e sal, formando uma massa com uma consistência elástica que permite dar-lhe várias formas. À mistura podem adicionar-se vários produtos, desde gordura, especiarias, carne, peixe, frutas secas...

 

Moinho de água

Moinho de água, ou azenha, é qualquer tipo de mecanismo capaz de aproveitar a energia cinética da movimentação de águas e que permite moer grãos...

Há centenas de anos que o movimento da água é usado nos moinhos. A passagem da água faz mover rodízios de madeira que estão ligados a uma mó (pedra redonda muito pesada). Esta, mói o cereal (trigo, milho, cevada, aveia, etc.), transformando-o em farinha.

Os moinhos constituíram verdadeiros focos de desenvolvimento económico e de movimentação de populações. Associados a diversas atividades primárias, os moinhos são uma demonstração clara da simbiose entre o aproveitamento das águas, a natureza e a economia local.

A partir da década de sessenta, com a implantação de moagens industriais, acionadas a eletricidade ou motores de combustão, foi alterada por completo a atividade dos moinhos hidráulicos. Os moinhos começaram a parar, os açudes deixaram de fazer represa, os rodízios empenaram e deformaram-se. Assistiu-se, assim, a um aumento  de moinhos abandonados, atualmente em degradação e ruínas.

Em Coruche ainda é possível localizar alguns engenhos hidráulicos: nomeadamente no Pé de Erra, junto à estação dos caminhos de ferro e na Fajarda (freguesia de Coruche, Fajarda e Erra).

 

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 AzenhaPé de Erra

Fotografias cedidas pela Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Coruche / Fotógrafo: Fernando Marques

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 Localização: Pé de Erra

Atafona - Estação CP1.jpg

 Alcatruz - Coruche

Fotografias cedidas pela Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Coruche / Fotógrafo: Fernando Marques

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Localização: AlcatruzCoruche

 

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Moinho / Fajarda

Fotografias cedidas pela Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Coruche / Fotógrafo: Fernando Marques

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Localização:  Moinho - Fajarda 

 

Do cereal à farinha

Coloca-se o cereal nos silos das mós. Daqui é encaminhado para dentro das mós, onde é triturado… Após este processo, a farinha daqui resultante é dirigida para um depósito, sendo posteriormente peneirada, e fica pronta para a ser ensacada.

O trigo tem as características ideais  para panificação, contudo outros cereais dão ótimos pães.

 

A industrialização do pão

O aparecimento da máquina surge no século XIX, com amassadeiras (hidráulicas ou manuais). Os consumidores mostraram-se “hostis” com o pão feito mecanicamente, considerando o custo mais elevado. Pouco tempo depois surge o motor elétrico e a reclamação passa a ser dos padeiros. Cada máquina substituía dois padeiros.

 

Saber fazer...

200g de farinha integral; 300g de farinha normal;  400ml de água quente;  ½ colher de chá de sal e 10g de fermento de padeiro fresco.

Misturar todos os ingredientes e amassar um pouco com as mãos, deixe levedar uma a duas horas num recipiente coberto com um pano e num local pouco arejado.

O forno deve estar bem quente quando lá colocar a massa para cozer.

 

Fontes:http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/fazer-pao-em-casa-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas/#sthash.gBFdTXn8.dpuf; COSTA, Francisco da Silva - O papel dos moinhos no aproveitamento hidráulico das águas públicas do rio Ave, Departamento de Geografia, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Azurém, 4800-058 Guimarães; http://saberfazer.no.sapo.pt/Farinha/Farinha.html

 

Revisão: Ana Paiva

FIOS - LINHO, ALGODÃO, LÃ e OUTROS

TRAJE de CAMPINO

 

O campino é uma personagem típica da região do Ribatejo que está ligado à condução de gado, em especial aos touros. Veste-se de uma forma muito característica com o seu barrete verde com orla e barra em vermelho, camisa branca, colete encarnado, uma faixa vermelha que usa na cintura, calça azul, meias brancas até ao joelho, sapato preto com esporas, uma jaqueta que coloca sobre o ombro esquerdo e por último o seu bastão (pampilho) que utiliza na condução do gado. 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Campino

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 Telmo Ferreira, dançanrino de fandango - Rancho Folclórico da Fajarda

 Créditos fotográficos: Rancho Folclórico da Fajarda  / Edição: Helena Diogo Claro

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 Créditos fotográficos: José Cordeiro

 

Meias de Maiorais/Campinos (Ribatejo)

As meias usadas pelos maiorais/campinos do Ribatejo até meados do séc. XX são um dos exemplos mais interessantes das malhas portuguesas. Eram feitas (pelo menos em parte) pelos próprios homens que as usavam, situação muito rara no nosso país, e usadas como traje de trabalho.

Estas meias eram feitas em fio de algodão branco muito fino (sem o brilho  mercerizado de fabrico atual) e chegavam ao joelho, ficando integralmente à vista por serem usadas com calções. Como muitas meias portuguesas, as dos maiorais/campinos são começadas por uma bordadura de pequenos bicos. Segue-se uma barra larga integralmente decorada por colunas de motivos diversos.

O uso das meias tem sido progressivamente abandonado, à medida que o calção desapareceu enquanto traje de trabalho, ficando restrito às apresentações de ranchos folclóricos.

A tipologia das meias dos maiorais/campinos corresponde a um modelo de meia existente pelo menos desde o século XVII.

 

Fonte: Pomar, Rosa – Malhas Portuguesas –Civilização Editora, p 35 – 39 – 47

Texto integrado na brochura “Espaço Malhas”, no âmbito do projeto Envolvências Locais / Bienal de Artes Plásticas – Percursos com Arte - 2015

Paulo Fatela e Ana Paiva

 

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 Créditos fotogáficos:Tânia Prates / Edição: Helena Claro Diogo / Produção: Paulo Fatela

 

Revisão: Ana Paiva