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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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GASTRONOMIA

ABÓBORA

No âmbito do desafio de partilha de receitas gastronómicas com abóbora, publico um pudim de Abóbora e Leite de Coco por Ana Marques e Spaghetti com Abóbora e Carne por Rosa Nunes. Obrigado a ambas 

Pudim de Abóbora e Leite de Coco

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Ingredientes:

5 ovos;

300g de puré de abóbora;

240g de açúcar de coco;

1 lata de leite de coco;

175ml de natas;

60ml de água;

2 colheres de sobremesa de essência de baunilha;

Cozer a abóbora num tacho, escorrer a água e triturar. Levar ao lume 120g de açúcar de coco e 60ml de água mexer até dissolver o açúcar. Deixar caramelizar (sem mexer) até chegar aos 118°C. Forrar uma forma de pudim com o caramelo. Pré aquecer o forno a 175°C. Misturar num tacho o leite de coco, as natas e 120g de açúcar de coco e levar ao lume até dissolver o açúcar. Noutro recipiente, bater o puré de abóbora, os ovos e a baunilha. Adicionar à mistura de leite de coco. Passar num coador e verter na forma. Levar ao forno, durante 35m, em banho-maria. Deixar arrefecer e levar ao frigorífico durante umas horas antes de desenformar.

Créditos fotográficos: Ana Marques

 

Spaghetti com Abóbora e Carne

 

Ingredientes:

 

1/2 kg de carne picada;

 

2 cebolas pequenas ou 1 grande;

2 ou 3 pedaços de aipo;

2 chávenas de abóbora cozida e reduzida a puré;

1,5 colher (chá) de alho picado misturado com orégãos em pó e salsa picada;

2 colheres (sopa) de molho de soja;

1 colher (sopa) de sal;

spaghetti suficiente para 6 pessoas;

queijo parmesão;

800 ml de polpa de tomate.

 

Aloirar a carne em lume brando, numa caçarola com um pouco de óleo. Cortar a cebola e o aipo finamente, deitar dentro da caçarola e deixar cozinhar. Misturar muito bem o puré de abóbora com a polpa de tomate, de modo a formar um creme homogéneo. Quando a cebola e o aipo estiverem mais ou menos cozinhados, retirar da caçarola o excesso de gordura e misturar o composto de abóbora e tomate, os temperos e o molho de soja. Mexer tudo muito bem e deixar cozinhar pelo menos mais meia hora. Pouco antes do molho estar pronto, preparar a massa. Ferver cerca de 4 a 6 litros de água num tacho ou panela grande, temperada com sal. Juntar a massa devagar quando a água ferver em cachão e deixar cozer 'al dente', mantendo o tacho destapado. depois de cozinhada, retirar a massa e pôr a escorrer num passador. Dividir a massa pelos pratos e distribuir por cima o molho. Por fim, polvilhar com o queijo parmesão e servir imediatamente.

PELES E COUROS - CORREEIROS, SAPATEIROS, PEÇAS DECORATIVAS E ÚTEIS

Para iniciar esta rúbrica publico um bonito texto produzido pelo meu amigo Joaquim Santos, que teve a gentileza de partilhar e colaborar no Coruche à mão. 

 

"Lembranças de outros tempos….

 

A mente humana é um lugar desafiante onde, entre outras coisas, está muita informação guardada.  Alguma dessa informação que vai sendo revelada ao longo da nossa vivencia faz parte do mistério da vida….

Desta forma dei por mim a pensar como e onde terei eu aprendido o significado da palavra Burnil,  a mesma que também é conhecida na gíria como Mulim, Melim ou Moleira. O que é e para que serve?

A primeira vez que ouvi estas palavras foi num mundo que já não existe, que faz parte do meu imaginário. Era um mundo onde eu cabia dentro de uma cesta de verga, que a senhora minha Avó orgulhosamente usava nas idas diárias ao mercado municipal de Coruche. Recordo-me de muita gente em meu redor. Tudo era gigante, as bancas preenchidas de vendedores de produtos hortícolas frescos, peixe, carne, bolos de mel (meus preferidos), era uma azafama total. Percorríamos demoradamente todas as bancas em busca dos produtos mais frescos ou simplesmente para que a senhora minha avó cumprimentasse cada uns dos vendedores(as).

Era uma vivencia cheia de cores e cheiros e nesse percurso havia também lugar a outro dos pontos altos da manhã. A visita às traseiras do mercado, onde por entre o amontoado de carrinhas e carros ainda restavam as ultimas carroças e respetivas mulas, que aguardavam pacientemente que seus donos vendessem os seus produtos para voltarem a casa.

 Foi numa dessas visitas que me foi apresentada a peça fundamental no equilíbrio da relação entre a carroça e a tração animal e o seu condutor e que se destacava pela sua exuberância na decoração. O Burnil, Mulim, Melim ou Moleira.

De que é feito? Pelas mãos sábias de artesãos antigos fazia-se o Mulim de um braçado de palha entrançado com uma determinada configuração e medida. Era revestido a cabedal, cozido à mão e decorado com apliques de lã de cores variadas e garridas. Cada Mulim, representava na sua decoração a zona do país a que pertencia, bem como, o bom gosto do seu proprietário. Era comum serem ricamente decorados com apliques de lã ao longo do “castelo”, reforçado com pequenos guizos, espelhos, apliques de tecido de cores garridas, enfim tudo era válido para dar nas vistas e tornar aquele conjunto ainda mais interessante e vivo.

A função desta peça é simplesmente a de proteger o pescoço  do animal na zona da entrada do garrote de forma a que o animal consiga sem desconforto puxar a carroça. Nesta peça encostava a canga da carroça, que depois de bem apertada pela “tiradeira” e pela “barrigueira” ajustava na perfeição a carroça ao animal que a iria puxar.

O Mulim é composto por um Arco ou Arção, parte interior que envolve o pescoço do animal e pelo Castelo que pode ter vários tamanhos . Naturalmente que quanto maior  o Castelo, mais festivo e ornamental se torna. Contudo, os mulins de trabalho têm normalmente castelos pequenos de forma a não embater em árvores baixas quando utilizados para lavrar, por exemplo; Na parte superior do Mulim e atrás do Castelo existe o vaso onde encaixa a canga da carroça e se fixam os cangalhos; a sua zona inferior é rematada pelas “orelhas” ou “bolas”, onde se aperta os dois gomos do Mulim e se ajusta em redor do pescoço do animal atando com o atilho, onde se encaixa a guizeira.

Passei os anos seguintes a ver no sótão da minha avó um Mulim pendurado. Resistiu anos à poeira e a outros condicionalismo e mais tarde chegou até mim. É uma peça da história e a prova viva de um mundo rural que já não existe. Desta peça dependia o rendimento da tração animal nos trabalhos agrícolas, transporte de géneros e pessoas, que com o evoluir dos tempos foi sendo substituída por outras formas mais modernas e mais adaptadas à realidade atual até às máquinas agrícolas.

Existem relíquias destas  em vários sótãos e arrecadações esperando a sua oportunidade de serem restaurados ou recuperados para orgulhosamente contarem a sua historia, ou simplesmente mostrados e postos a uso. Poucos são já os mestres capazes de os recuperar e cada vez há menos interessados na sua utilização. Mas ainda assim ainda existe quem teime em não deixar estas peças ao abandono, retrato de vivências de um Portugal rural difícil e duro."

 

Joaquim Santos

"Escreve ainda num misto entre novo e antigo acordo ortográfico. Um curioso sobre questões ligadas à etnografia."

 

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Vista geral de um mulim

Créditos fotográficos: Ana Marques

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Pormenor do castelo

Créditos fotográficos: Ana Marques

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Orelhas e atilho de prender

Créditos fotográficos: Ana Marques

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 Adornos no topo do castelo

Créditos fotográficos: Ana Marques

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 A mula Mourisca e o seu mulim

Créditos fotográficos: Ana Marques

 

GASTRONOMIA

AS AROMÁTICAS (ervas) 

No âmbito da rubrica de gastronomia  venho colocar no Coruche à mão alguma informação de ervas aromáticas existentes em Coruche, as quais dão sabor e perfumam os melhores pratos tradicionais e elevam as experiências mais contemporâneas.

Assim o enfoque, neste primeiro momento, vai para o alecrim e a hortelã.

 

ALECRIM (Rosmarinus officinalis)

O alecrim é um arbusto comum na região do Mediterrâneo, desenvolve-se preferencialmente em solos de origem calcária. Devido ao seu aroma característico, o romanos designaram-no como rosmarinus, que em latim significa orvalho do mar. É um arbusto muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas, opostas, lanceoladas.

A parte inferior das folhas é de cor verde-acinzentado enquanto a superior é verde brilhante. As flores reúnem-se em espiguilhas terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. O fruto é um aquênio. Floresce quase todo o ano e não necessita de cuidados especiais nos jardins.

Toda a planta exala um aroma forte e agradável. Utilizada com fins culinários, medicinais e religiosos, a sua essência também é utilizada em perfumaria, como por exemplo, na produção da água-de-colónia.

A sua flor é muito apreciada pelas abelhas produzindo assim um mel de extrema qualidade. Há quem plante alecrim perto de apiários, para influenciar o sabor do mel.

Devido à sua atratividade estética e razoável tolerância à seca, é utilizado em arquitetura paisagística.

O alecrim é facilmente podado em diferentes formas e tem sido utilizado em topiária. Quando cultivado em vasos, deverá ser mantido de preferência aparado, de forma a evitar o crescimento excessivo e a perda de folhas nos seus ramos interiores e inferiores, o que poderá torná-lo um arbusto sem forma e rebelde. Apesar disso, quando cultivado em jardim, o alecrim pode crescer até um tamanho considerável e continuar uma planta atraente.

Fresco (preferencialmente) ou seco, é apreciado na preparação de aves, caça, carne de porco, salcichas, linguiças e batatas assadas.

A medicina popular recomenda o alecrim como um estimulante às pessoas atacadas de debilidade, sendo empregado também para combater as febres intermitentes e a febre tifóide.

Em templos e igrejas o alecrim é queimado como incenso desde a antiguidade. Na igreja Ortodoxa o seu óleo é utilizado até aos nossos dias  para unção. Nos cultos de religiões afro é utilizado em banhos e como incenso.

Fonte: https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=wikipedia+ervas+aromaticas+alecrim

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 Créditos fotográficos: Ana Marques

 

HORTELÃ

A hortelã-verde (Mentha spicata), também conhecida como hortelã-de-leite, hortelã-das-cozinhas, hortelã-dos-temperos, hortelã-vulgar, hortelã-das-hortas, hortelã-comum ou simplesmente hortelã, é uma planta herbácea perene, da família Lamiaceae (Labiadas), atingindo 30 cm a 100 cm.

É uma planta originária da Ásia, mas prolifera  em todo o mundo, porque tolera bem diferentes condições climáticas, desde que não falte água. Em climas frios pode perder as partes aéreas no Inverno, sobrevivendo através dos seus rizomas, que só morrem se o solo congelar completamente.

É utilizada como tempero em culinária, como aromatizante em certos produtos alimentares, ou para a extração do seu óleo essencial. Por vezes, simplesmente cultivada como planta ornamental. É uma das plantas mais usadas do mundo.

É também utilizada como planta medicinal.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hortel%C3%A3-verde

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 Créditos fotográficos: Ana Marques

 

CEBOLINHO (Allium schoemoprasum)

 

O cebolinho, é uma planta originária da Europa é muitas vezes confundida com o allium  fistulosum, a qual é uma planta de origem asiática muito utilizada na cozinha do extremo Oriente. O cebolinho é uma planta vivaz, que se desenvolve em tufos muito densos. Apresenta folhas verde-escuras, roliças, que atingem no máximo 30 cm de altura. Em junho, cobrem-se de flores rosa-pálido, semelhantes a pompons. Tais flores devem ser imediatamente retiradas para que as novas folhas possam rebentar.

Relativamente à plantação é recomendado dar um espaçamento por metro linear, plantando de 0,20 x 0,10cm, aplicando entre 0,5 gramas de sementes a 0,6 por m². O broto germina no prazo de seis a catorze dias, conforme o local e método de plantação.

O solo deve ter textura média e ser bem drenado, podendo ser plantado o ano todo. Atinge cerca de 0,2 m de altura e pode ser colhida após um prazo médio de três a quatro meses, após a sementeira.

A plantação também poderá ser feita em vasos.

As folhas frescas têm um agradável e suave sabor parecido com o da cebola, sendo especialmente utilizadas cruas em saladas, em pastas de queijo fresco e também em pratos de ovos e queijo. Usam-se os talos em saladas de verduras e de batatas, omeletes e vários outros pratos com ovos. Podem ainda ser salpicados em sopas, batatas assadas, puré de batata ou servidos crus na decoração de pratos.

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Allium_schoenoprasum

Revisão Ana Paiva

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  Créditos fotográficos: Ana Marques

 

 SALSA  (Apium)

A salsa é cultivada há mais de trezentos anos, sendo uma das ervas aromáticas mais populares da gastronomia mundial.

A reprodução é feita por sementes. As sementes são colocadas num local ensolarado e em solo drenado que não seja demasiado compacto. Também pode ser cultivada em vasos fundos numa janela ensolarada. A germinação é lenta,  quatro a seis semanas.

A salsa fresca é rica em vitaminas e  ajuda o movimento intestinal, tem vários benefícios para a saúde e  também uso decorativo. É uma boa fonte de antioxidantes, ácido fólico, vitamina C e vitamina A. A salsa não deve ser consumida em excesso por mulheres grávidas. O seu sabor é suave tornando-a numa das mais populares ervas aromáticas, é universalmente utilizada em sopas, molhos, pratos de carne, de peixe, de marisco, omeletas e massas.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Salsa_(planta)

019.JPG Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

COENTROS (Coriandrum)

O coentro é uma erva aromática cuja origem é incerta, sabe-se que os antigos egípcios já a utilizavam para embalsamar os corpos e como planta medicinal (a eles se atribuíam propriedades digestivas, calmantes e, quando usado externamente, para alívio de dores das articulações e reumatismos).

Os gregos e os romanos  utilizavam o coentro em pratos e bebidas.

O coentro pode ser plantado diretamente no solo ou em vasos. A colheita poderá ser feita após aproximadamente 50 dias da plantação da semente. O ciclo de produção desta planta é relativamente curto, se comparado ao de outras plantas como a salsa.

O coentro é muito utilizado na cozinha indiana e árabe. Em Portugal, é bastante usado no Alentejo, para enriquecer pratos tais como as açordas, sopa de cação e carne de porco à alentejana, e também para temperar saladas. A região da grande Lisboa  também se rendeu ao seu aroma perfumado e passou a integrá-lo na sua alimentação.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coentro

024.JPG  Créditos fotográficos: Paulo Fatela