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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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ARTES PLÀSTICAS

ESCULTURA

A escultura é uma arte que representa imagens plásticas em relevo total ou parcial. Na escultura existem várias técnicas de trabalhar os materiais, como a fundição, moldagem, aglomeração de partículas para a criação de um objeto, e outras. Vários materiais são utilizados na escultura, uns mais perenes como o bronze ou o mármore, outros mais fáceis de trabalhar, como a argila, a cera ou a madeira.

A Grécia clássica é considerada o berço ocidental da arte de esculpir, desde os seus primeiros artefactos até o apogeu da era de Péricles (século V a.C.), com as esculturas da Acrópole de Atenas. Foi também quando alguns escultores começaram a receber reconhecimento individual.

Os romanos abraçaram a cultura clássica e continuaram a produzir esculturas até o fim do império, numa escala monumental e numa quantidade impressionante. As peças foram distribuídas por todo o império e eram essencialmente em mármore.

Após o fim do império e a idade média, onde pouco se fez, surgem algumas esculturas góticas (séculos XII e XIII) como decoração de igrejas.

Tudo pareceu culminar no Renascimento, com mestres como Donatello.

Quando Benvenuto Cellini criou um saleiro em ouro e ébano em 1540, mostrando Neptuno e Anfitrite em formas alongadas e posições desconfortáveis, transformou o Naturalismo e criou a obra maior do Maneirismo. A sua forma mais exagerada deu lugar ao Barroco.

Após os excessos do Barroco, o Neoclassicismo é um retorno ao modelo helenista clássico, antes dos anos confusos do Modernismo, que nos trouxe a magnífica obra em bronze do francês Auguste Rodin e o seu O Pensador, e depois encerrou a tradição clássica com o Cubismo, o Futurismo, o Minimalismo, as Instalações e a Pop Art.

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura

 

Inicio a rúbrica sobre ESCULTURA com referência a Romão Santos e às suas produções em pedra. 

 

POEMA DE PEDRA LIOZ

 

Álvaro Góis,

Rui Mamede,

filhos de António Brandão,

naturais de Cantanhede,

pedreiros de profissão,

de sombrias cataduras

com bisontes lendários,

modelam ternas figuras

na brutidão dos calcários

 

Ali, no esconso recanto,

só o túmulo e mais nada,

suspenso no roxo pranto

de uma frestas geminada.

Mas no silêncio da nave,

como um cinzel que batuca,

soa sempre em truca… truca,

lento, pausado, suave,

truca, truca, truca, truca,

sob a abóbada romântica,

como um cinzel que batuca

numa insistência satânica,

truca, truca, truca, truca,

truca, truca, truca, truca,

 

Álvaro Góis,

Rui Mamede,

filhos de António Brandão,

naturais de Cantanhede,

ambos ali estão,

truca, truca, truca, truca,

vestidos de surrobeco

e acocorados no chão,

truca, truca, truca, truca,

 

No friso, largo de um palmo,

que da volta a toda a arca,

um Cristo, de gesto calmo,

assiste ao chegar da barca.

Homens de vária feição,

barrigudos e contentes,

mostram, no riso dos dentes,

o gozo da salvação,

Anjinhos de longas vestes,

e cabelo aos caracóis

tocam pífaros celestes, entre cometas e sóis.

Mulheres e homens de paz,

esgazeados de remorsos,

desistem de fazer esforços,

entregam-se a Satanás

 

Fixando a pedra, mirando-a.

Quando mais o olhar se educa,

Mais se entende o truca… truca…

Que enche a nave, transbordando-a,

truca, truca, truca, truca,

truca, truca, truca, truca.

 

No desmedido caixão,

Grande senhor aqui jaz.

Pupilo de Satanás?

Alma pura, de eleição?

Dom Afonso ou Dom João?

Para o caso tanto faz.

 

António Gedeão

João Romão Santos (Romão Santos) nasceu em 1971, em Coruche.

Fez formação na Escola Secundária de Coruche, onde completou o GAC (curso geral de administração e comércio) e o CCA (curso complementar e administração).

Em meados de 2002 iniciou-se nas Artes Plásticas, na vertente de escultura, como autodidata. Desde essa data conta já com mais de uma dezena de exposições realizadas, diversificando sempre nos materiais utilizados, tais como a pedra, o ferro, a madeira, etc.

Desenvolve também alguns trabalhos na área da decoração de interiores, bem como restauro e reciclagem de diversas peças.

A pedra que mais utiliza é o moleano, bem como os granitos e os mármores, que podem ser trabalhados em separado ou em conjunto.

 

Revisão Ana Paiva

 

IMG_0340.JPG

Titulo: Sagrada Família

Material: Xisto

Dimensão: 0.28m x 0.09m - 0.21m x 0.09m e 0.17 x 0.09m

Autor: Romão Santos

 Créditos fotogáficos: Carlos Silva

 

Retomo esta rúbrica agora com referência ao artista André Banha.

André Banha estabelece uma relação com a exterioridade pelas instalações utilizando a madeira. São construções de Mundos num microcosmos onde cada um dos que experienciam tais instalações lida com relações tácteis, vividas no jogo com o corpo das obras, texturas e volumes. A experiência direta com a madeira, com a visualidade táctil e as formas em volumes, que se impõem ao corpo de quem as experiencia, estabelece um jogo de afetos.

In: Catalogo Bienal de Coruche - Percursos com Arte - 2013

 

Esquisso biográfico de André Banha

 

André Banha, nasceu em Santarém, em 1980, reside em Santana do Mato – Coruche é licenciado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, em 2006, é atualmente representado pela VPF – Cream Art Gallery, Lisboa.

 

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS Desenho, Escultura, Academia das Artes, São Miguel, Açores, 2008 (catálogo). Segurei-te o pôr-do-sol, VPFcream Art, Lisboa, 2008. O que existe no interior de um ovo? Galeria santa Clara, Coimbra, 2008. De dentro…, no espaço 20m3, Galeria Carlos Carvalho – Arte Contemporânea, Lisboa, 2007 (catálogo). Abrigo-me, Galeria Violeta – Caldas Contemporary Art, Caldas da Rainha, 2006, De dentro…, no espaço 20 m3, Galeria Carvalho, Arte Contemporânea, Lisboa, 2008, Desenho e Escultura, Academia de Artes doos Açores, A casa das duas portas, Biblioteca da FCT/UNL, Campus de Caparica, 2010, desenha, escultura, VPF Cream Art Gallery, 2010/11.

 

EXPOSIÇÕES COLECTIVAS Jeune Création Européenne, 2007 – 2009 (catálogo): - Théâtre de Montrouge, Montrouge, França, Setembro – Outubro 2007; - Klaipeda Exhibition Hall, Klaipeda, Lituânia, Março – Abril 2008; - Galerie Im Traklhaus, Salzburg, Áustria, Novembro 2008 – Janeiro 2009; - Museo d’Arte Contemporanea Villa Croce, Genova, Itália, Fevereiro – Março 2009; - Centre Cultural Metropolità Tecla Sala, L’Hospitalet de Llobregat, Catalunya, Espanha, Abril – Maio 2009; - Museu Amadeu de Sousa Cardoso, Amarante, Portugal, Junho - Julho 2009. Finisterra, no âmbito do evento Allgarve, Convento do Espírito Santo, Loulé, 2008 (catálogo). Fazer falar o desenho, Museu de Arte Contemporânea – Forte São Tiago, Funchal, 2007 (catálogo).

 

PROJECTO FÁBRICA – Import / Export, Antiga fábrica de curtumes, Guimarães, 2007 (catálogo). Coimbra – Aix-en-Provence – Convento de São Francisco / Galeria Santa Clara, Coimbra, 2007. Anteciparte, 3ª Edição, Lisboa, 2006 (catálogo). SALON, Galeria Violeta – Caldas Contemporary Art, Caldas da Rainha, 2006. LuzBoa, II Bienal Internacional da Luz, Lisboa, 2006 (catálogo). Ateliers Livres, Museu Atelier João Fragoso, Caldas da Rainha, 2006. Jovens Artistas, Estado das Artes, Torres Vedras, 2005. ESAD CALDAS 2005 IPL, Caldas da Rainha, 2005 (catálogo). Caldas Late Night, Caldas da Rainha, 2005.

 

PRÉMIOS Menção Honrosa, Anteciparte, 3.ª Edição, Lisboa, 2006. Menção Honrosa, Bienal de Artes Plásticas de Coruche, Coruche, 2009, Primeiro prémio na  Bienal de Artes Plásticas de Coruche, Coruche, 2013.

 

Fonte:

Catalogo Bienal de Artes Plásticas de Coruche – 2013

http://www.artecapital.net/vpfcreamart/index.php?id=15

 

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 Titulo: Segurei-te o pôr do sol

Escultura com recurso a madeira

Autor: André Banha

Créditos fotográficos: Ana Marques

DSC01364.JPG

S/ titulo:

Escultura com recurso a madeira

Autor: André Banha

Créditos fotográficos: Ana Marques

 

 

Novo registo nesta rubrica agora com referência ao artista plástico Alberto Simões de Almeida.

 

Esquisso biográfico: 

 

Alberto Simões de Almeida

Nasceu em Coruche, em 21 de Novembro de 1952.

Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, cedo enveredou pelo ensino, lecionando actualmente a disciplina de Matemática no Ensino Secundário.

Especificamente em arte, concluiu o Curso de Pintura e o Curso “Temas de Estética e Teorias da Arte Contemporânea”, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa.

Posteriormente, concluiu a Pós-Graduação em Comunicação Educacional Multimédia, estudos que integravam formação em “Semiótica das Representações Visuais”, na Universidade Aberta, em Lisboa.

Expondo regulamente desde 2000, participou em mais de sessenta exposições coletivas e realizou oito exposições individuais, a saber: Galeria Municipal de Arruda dos Vinhos, Galeria EDEN - Lisboa, Centro Cultural de Samora Correia, Centro Cultural da Malaposta, Ateneu Comercial de Lisboa, Bienal de Artes Plásticas de Coruche, Galeria de Arte do Estoril, e Casa Mantero em Sintra.

Está representado nos acervos das Câmaras Municipais de Arruda dos Vinhos, Sines e Sintra, integrando também o espólio artístico da Casa Pedro Álvares Cabral / Casa do Brasil, em Santarém.

 

Fonte: Catálogo da Bienal de Artes Plásticas – Percursos com Arte - 2013

 

Fotos de esculturas realizadas em 2014 /2016

 

Sete elementos e quadrado preto

Explorando ideias desenvolvidas por Wassily Kandinsky, neste projecto foi idealizada a utilização de um quadrado preto (quase sempre usado como suporte) e sete elementos de diferentes formas, dimensões e cores (dois rectângulos um branco e outro amarelo, um círculo vermelho, e quatro réguas  duas cinzentas, uma vermelha e outra azul).

A interacção entre os sete elementos sempre iguais e do quadrado preto gerou diferentes topologias, levando a que a percepção do conjunto dos elementos seja sempre questionada acerca do ângulo de observação.
Diferentes pessoas questionadas consideraram que a orientação das esculturas de parede podia variar, rodando-as; ou criaram novas opções de distribuição dos elementos, num processo criativo.”

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Alberto Simões de Almeida#04_110x180x6,4_2014

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 Alberto Simões de Almeida#05_160x160x4,6_2014

 

Territórios - Territories

“Defendendo a supremacia da pintura não figurativa sobre a pintura de imitação da natureza, Kazimir Malevitch (1879-1935) introduziu, em 1913, um novo conceito que designou como “Suprematismo”, em que considerou ser primordial a abstracção geométrica baseada na pura não-objectividade, assumindo o artista a primazia da sensibilidade plástica pura, acima de toda a finalidade materialista. Em 1915, Malevitch expôs trinta e nove quadros em S. Petersburg, então Petrogrado, capital da Rússia; nas obras expostas, predominavam os quadrados e os rectângulos, as linhas e os círculos, e a cruz; utilizando uma reduzida paleta de cores, sempre saturadas, assumia uma representação não objectiva, desnudando os objectos de qualquer significação, defendendo que “a realidade em arte é o efeito sensitivo da cor”, atingindo assim “a superioridade absoluta da emoção pura”. No entanto, só em 1925, Malevitch fez a sistematização teórica do “Suprematismo”, através do manifesto “Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura”, escrito em colaboração com o poeta Maiakóvski (1893-1930).

Em 1919, El Lissitzky (1890-1941) integra-se no movimento suprematista, tendo desenvolvido os projectos designados por “PROUN”, que descreveu como “uma estação a meio caminho entre a pintura e a arquitectura”, uma forma de arte em que fazia construções montadas sobre as superfícies das paredes, estabelecendo como objectivo essencial a libertação da arte de qualquer interpretação emocional da realidade, através do desenvolvimento de uma nova linguagem abstracta, baseada em elementos correlacionados, estruturas internas, energias e tensões espaciais.

Passados cerca de cem anos, a proposta ora apresentada por Alberto Simões de Almeida revive a concepção suprematista, jogando com os elementos geométricos elementares e com a precariedade de cores, quase sempre planas; trata-se de uma evocação, ora aproximando-se, ora afastando-se, dos trâmites que fundamentaram esse movimento. O ponto de partida foram os desenhos de El Lissitzky, reinterpretando-os, redimensionando-os a três dimensões, buscando a abstracção numa fuga constante a referentes, tentando anular significações, apesar de ser inevitável que qualquer observador possa fazer as suas próprias aproximações mentais à realidade.

As esculturas de Alberto Simões de Almeida são estruturas assimétricas, em que a presença de linhas de fuga introduz uma sensação dinâmica, por vezes bem explícita. À utilização das formas geométricas puras e absolutas características do “Suprematismo” (círculo, quadrado, rectângulo, triângulo e cruz), conjugadas de maneira independente ou combinada, acrescentou a elipse, forma geometricamente mais elaborada. Embora a paleta de cores utilizadas seja reduzida, o branco e o preto integram quase todos os trabalhos, com predomínio do preto no plano-base das esculturas de parede.”

Alberto Simões de Almeida_Território #5_69x170x1

 Alberto Simões de Almeida#05_160x160x4,6_2014

alberto simões de almeida_Território #6_127x116x

 Alberto Simões de Almeida#05_127x116x10-2015_A

 

Fonte:www.albertosimoesdealmeida.com