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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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PALAVRAS ESCRITAS

PALAVRAS ESCRITAS é uma rúbica do CORUCHE À MÃO. Pretendo referenciar autores de poesia e/ou prosa,  coruchenses ou com vinculo a Coruche.s publicados.

Neste primeiro post o foco vai para Ana Flausino  (esquiço biogáfico) e para o seu livro Inquietudes dos Meus Cristais.

 

 

ANA  FLAUSINO

 

Esquiço biográfico

 

Formada pelo Magistério Primário de Évora, possui uma especialização na área da deficiência mental assim como uma licenciatura em problemas graves de cognição pela ESE de Lisboa.

 

A vida profissional foi exercida entre o ensino regular e a educação especial tendo passado por Coruche e Lisboa.

Em 1975 foi em Comissão de Serviço para a Alemanha Federal onde trabalhou com filhos de emigrantes portugueses residentes em Waldquirch e Wolfag.

 

Colaborou com o jornal de Coruche “O Sorraia” com diferentes Artigos de Opinião “Todos diferentes, todos iguais”; “ Tio Bell e as criancinhas”; “ A princesa mal amada”; e “À beira de um ataque de nervos”;

 

Foi também Autora de diferentes projetos… nomeadamente “Ludoteca Municipal de Coruche” (2000);  “ENCOSTATAMIM” (2009) e “ODAC- Oficina de Artes de Coruche” (2013).

 

Nutre interesse na arte de escrever e na arte do pintar. No seu entender o pintar é uma outra forma de fazer poesia, uma outra forma de comunicar, através da libertação pictórica e estética das formas, o que permite ao autor da Obra entrar em diálogo permanente com o observador, num diálogo aberto, sem tabus nem preconceitos.

 

No campo da literatura infantil escreveu várias peças de teatro, contos e poesia. Autora de livro de Poemas: As Inquietudes dos Meus Cristais, Chiado Editora, setembro 2011.

 

Fontes:

FLAUSINO, Ana – Inquietudes dos Meus Cristais, edição Chiado Editora -2011

Catálogo Bienal de Artes Plásticas – Percursos com Arte, Coruche – 2013

 

Publico aqui três poemas que constam no livro Inquietudes dos Meus Cristais. 

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 Créditos fotográficos: Paulo Fatela

 

 Poemas

 

MÃOS

 

Essas mãos de trabalho

São o ouro do baralho

De uma vida descontente

Fruto de um Deus menor

Que se impõe pela sua dor

Aonde a felicidade parece ausente

 

Mãos enrugadas, agruras

Mãos entreabertas, ternuras

Esperanças que vêm e vão

Se comprimem, se espelham

Entre os dedos e se ajoelham

Joias do mundo…são

 

E em todas as madrugadas

Um sem fim de jornadas

Postam-se firmes e imortais

Mãos ágeis e experientes

Fortificam, são sementes

Luz do sol de muitos sais

 

O mundo falado e escrito

É um pulsar humano com sentido

Caixinha de Pandora do momento

Património tão escondido

Que de muitos é foragido

Tudo liberdade, pensamento

 

 

 

INQUIETUDES

 

Inquietudes quem as não tem

Na frenética busca de se estar bem

São provas inequívocas de uma existência

Painel de muitos conflitos

Ecos de uma liberdade… gritos

Onda selvagem, doce adolescência

 

 

 

MULHER

 

És a força que brota da terra

Melodia que sopra da serra

És flor de uma primavera a parir

E nesse teu corpo de esplendor

Corre a mais nobre seiva de amor

Alimento para filho teu…florir