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coruche à mão

preservar memória / criar valor

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MÃOS NA MÚSICA

ACORDEÃO, CONCERTINA E SEUS PROTAGONISTAS

 

O objetivo deste post é dar destaque a instrumentos populares e seus protagonistas, os quais têm perdurado em contexto  mais  popular, por via dos ranchos folclóricos,  por exemplo, mas também,  com interpretações  solistas.

Os instrumentos visados, neste primeiro momento são o acordeão e a concertina.

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Foto: Arquivo Câmara Municipal de Coruche, edição de Helena Diogo Claro

  Acordeão

O acordeão possui palhetas, fixadas em pequenos suportes de madeira chamados de castelos. O som do acordeão é criado quando o ar que está no fole passa por pequenos tubos nos castelos que o direcionam até as palhetas, com a pressão do ar as palhetas vibram gerando o som. Quanto maior o tamanho da palheta, mais grave o som produzido. Quanto mais forte o ar é forçado para as palhetas, mais intenso é o som. O movimento do fole é controlado com o braço esquerdo. A maioria dos acordeões tem quatro vozes, que são diferentes oitavas para uma mesma tecla ou botão.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Acorde%C3%A3o

Concertina

A concertina é a designação pelo qual é conhecido o acordeão diatónico. É um instrumento de palhetas livres, com fole, semelhante a um acordeão, com dois teclados dispostos de maneira a favorecer a formação de acordes pelo executante.

A concertina é um instrumento no qual, ao ser aberto o fole pressionando um botão, obtém-se uma nota musical e, ao carregar no mesmo botão mas a fechar o fole, temos outra nota.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Concertina

 

Coruche tem o número considerável de executantes dos instrumentos visados neste post, sendo que em termos mediáticos, destacaria aqui Tiago Pirralho e Luísa Martins.

Transcrevo  uma entrevista de Tiago Pirralho ao jornal  Mirante.

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 Foto: Fonte Web

 

“Tiago Pirralho, campeão nacional de acordeão no escalão sénior, superou os melhores acordeonistas de Espanha e Portugal e conquistou dois títulos de campeão ibérico de acordeão nas categorias de concerto e varieté. A consagração do jovem de Valverde, Coruche, chegou no dia 22 de Julho em Amarante. O “campeão”, como lhe chamam os amigos e vizinhos, não quer ficar por aqui. Trabalha diariamente com o objetivo de ser o melhor do Mundo. “É um sonho que alimento e hei-de lá chegar”, explica ao O MIRANTE, minutos antes de partir para mais uma jornada de trabalho na fábrica de transformação de beterraba sacarina de Coruche. O campeão ibérico e penta campeão nacional, trabalha por turnos no controlo das descargas da DAI e estuda à noite para concluir o 12º ano e tentar entrar na Faculdade. Um curso na área da música é o desejo de Tiago Pirralho, aluno do Instituto Vitorino Matono em Lisboa, onde já alcançou o 5º grau que o habilita a dar aulas de música. E é o que faz com um grupo de quatro crianças que tentam aprender com o “campeão”, a arte de encantar com o acordeão. “Tenho aqui alunos com boas condições, mas têm de trabalhar muito”, alerta. Trabalho é uma palavra frequente no vocabulário simples do rapaz que nasceu numa família de comerciantes e acordeonistas. Tiago seguiu a tradição dos “Pirralho”. O avô Manuel Francisco foi acordeonista do rancho, os pais José Manuel e Maria Quitéria tocam em festas, casamentos e batizados e a irmã, Inês Sofia, também toca acordeão, apesar de ter apenas oito anos. Enquanto decorre a entrevista, na esplanada da vivenda junto aos armazéns Valverde, a irmã projeta os sons de uma melodia popular. Acordeões não faltam na casa. Só Tiago Pirralho tem quatro, avaliados em mais de 35 mil euros. Os dois mais utilizados são um Pigini Serious para concerto (música erudita) que custou 12.500 euros e um Beltuna Varieté, para música mais popular, avaliado em 7.500 euros.“Fizemos um grande investimento na minha carreira”, explica. A juntar aos instrumentos há o pagamento das propinas na escola, as deslocações para Lisboa e Alcobaça, onde prepara os concursos com o mestre Aníbal Freire ( bi campeão mundial).Tiago fala do professor como um ídolo e uma referência. Orgulha-se de ter sido convidado para ser o solista da Orquestra Típica e Coral de Alcobaça dirigida por Aníbal Freire. No palmarés do acordeonista de Valverde estão várias atuações em Portugal e no estrangeiro. O jovem tem sido um embaixador do município de Coruche com participações em festivais e programas de rádio e televisão. A autarquia elegeu-o como um dos seus filhos prodígio e já lhe fez uma homenagem pública. Tiago Pirralho garante que o sucesso não lhe sobe à cabeça e, com humildade, trabalha para chegar ainda mais longe. “Se tudo correr bem”, em Outubro, vai tentar o título mundial na Sérvia. Sem pressões, porque os adversários são os melhores do mundo e merecem respeito. “Os russos e os sérvios são barras”, explica. Tiago dedica várias horas por dia ao acordeão. Para além das aulas em Lisboa e Alcobaça ainda tem os ensaios da orquestra e os concertos. À sexta-feira regressa de Alcobaça às 02h00 da manhã e levanta-se às 06h00 para passar o sábado no Instituto Vitorino Matono a preparar-se para os grandes desafios. “Temos que lutar pelo que queremos”, diz com o sorriso de um campeão humilde.

In: Jornal  Mirante 2006

 

A Luísa Martins, natural do Rebocho – Coruche, tem 12 anos e encheu o  palco de um programa de televisão, com o seu enorme talento a tocar acordeão.

A inspiração da pequena Luísa é a avó que trata dela e que a fez apaixonar-se pelo acordeão.

Ela tem um sonho: “eu gostava de ir um dia tocar fora do país, em Paris ou assim…”

O seu professor de acordeão é Tiago Pirralho.

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 Foto: Arquivo Câmara Municipal de Coruche, edição de Helena Diogo Claro

 

 

Um dos acordeonistas de Coruche, Fábio Leiria,  teve a gentileza de me fornecer uma relação de instrumentistas que estão em atividade.

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Foto: Arquivo Câmara Municipal de Coruche, edição de Helena Diogo Claro

 Assim:

Albino Leiria

Acordeão /  Concertina

Couço

António Antunes

Acordeão

Lamarosa

António Manuel

Acordeão

Coruche

Domingos Mendes

Acordeão

Fajarda

Fábio Leiria

Acordeão / Concertina

Couço

Hélio Alves

Acordeão

Lamarosa

Jerónimo  Neves Batista

Acordeão

Lamarosa

Joaquim Inácio

Acordeão

Couço

Joaquim Leiria

Acordeão / Concertina

Couço

José Manuel Henriques

Acordeão

Coruche

Luís Velez

Acordeão

Santa Justa

Luísa Martins

Acordeão

Rebocho

Manuel Pirralho

Acordeão

Coruche

Miguel Mendes

Acordeão

Fajarda

Nélio Gonçalves

Acordeão

Lamarosa

Paulo Cardeta

Acordeão

Malhada Alta

Paulo Justina

Acordeão

Lamarosa

Pedro Leiria

Acordeão / Concertina

Couço

Rodrigo Leiria

   Acordeão / Concertina

Couço

Ruben Loureiro

Acordeão

Coruche

Sérgio Balcão

Acordeão

Coruche

Télita Pirralho

Acordeão

Coruche

Tiago Pirralho

Acordeão

Coruche

Valentim Justina

Acordeão

Lamarosa

Valter Loureiro

Acordeão

Coruche

 

Creio ser o primeiro festival de acordeão em Coruche, trata-se de uma organização  da Associação Cultural, Social e Recreativa do Rebocho.

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REPRESENTAÇÕES PICTÓRICAS DE CORUCHE E OS SEUS PROTAGONISTAS

Hortense Gonçalves

“Sem possuir alicerces artísticos, noções de pintura ou desenho, deu ao primeiros passos na pintura de forma autodidata, sendo a sua perseverança e até obsessão pelo preenchimento do vazio o motivo que a levou a concretizar este antigo desejo.

Procura, com os conhecimentos adquiridos no atelier do mestre Artur Ventura, obter um estilo próprio, mais solto, desprendido e liberto, que lhe permita explorar novas técnicas criativas.

Participou em várias exposições: coletiva na Junta de Freguesia de Carnide, coletiva na casa do Artista, Lisboa (2006); individual Sentir Coruche no museu municipal de Coruche (2007); coletiva Telas, Tintas e às vezes, no Museu da Tapeçaria, Portalegre(2008); coletiva “Liberdade”, Coruche (2009), Bienal de Artes Plásticas / Percursos com Arte, Coruche (2013)."

In: Brochura Bienal de Artes Plásticas / Percursos com Arte, 2013.

Em baixo temos uma pequeníssima mostra de três telas, as duas primeiras do casario do centro histórico da vila de Coruche e a última da Ermida de Nª Srª do Castelo, trata-se de pintura a óleo s/ tela. 

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 Créditos fotográficos: Luis Simões e Paulo Fatela

 

Revisão: Ana Paiva

PATRIMÓNIO EDIFICADO

No âmbito do desafio lançado a amigos fotógrafos relativamente a registo do imóvel propriedade do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, eis que chegaram algumas fotos.

13493530_1243941065618431_1244550949_o.jpgCréditos fotográficos: Fernando Marques

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Casa Arquiteto1 (Cópia).JPGCréditos fotográficos: José Cordeiro 

 

 

MADEIRAS - MARCENARIA, CARPINTARIA, RESTAURO

MARCENEIROS

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Esquisso biográfico

 

Guilherme Manaia nasceu em 1914, em Coruche.

Muito novo, com onze anos de idade, iniciou a sua atividade profissional como aprendiz de carpinteiro, com o pai, que já era profissional de carpintaria.

Sempre desejou fazer móveis. Quando casou comprou madeira exótica (Andibora), a mais económica, pediu ao melhor profissional do concelho de Coruche e seu amigo, José Luís Pereira, que lhe facultasse alguns ensinamentos. Desta forma começou a realizar o seu sonho. Instalou-se num barracão cedido pelo sr. João Lopes de Carvalho e começou a copiar móveis que reparava; era , pois necessário trabalhar muitas horas diárias.

Ganhou experiência e empiricamente desenvolveu a sua atividade de marceneiro e entalhador.

Algumas peças (móveis) foram executadas propositadamente para os netos, as quais deixou como herança.

Em 1997 a convite do CEARTE deu formação em Coruche, na área de execução de algumas peças de mobiliário tradicional, empalhamentos em “palhinha inglesa”, restauro pintura de móveis. O empenho de Guilherme Manais deu frutos, algumas pessoas que frequentaram a formação optaram por desenvolver atividade nessa área.

 

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Designação: Meia cómoda

Material: Raiz de mogno

Dimensão: comp. 0,86m x alt. 0,86m x larg. 0,45m

Créditos fotográficos: Carlos M. Silva

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 Designação: Mesa de jogo

Material: Pau santo com embutidos em pau cetim e rosa

Dimensão: comp. 0,86m x alt. 0,77m x larg. 0,88m

Créditos fotográficos: Carlos M. Silva

 

Fatela, Paulo – Mão com Alma, artes e ofícios tradicionais em Coruche, edição Associação da Charneca Ribatejana, 2014, pág. 19, 160, 161.